O Fenômeno das amizades virtuais – Múcio Morais


O FENÔMENO DAS AMIZADES VIRTUAIS – MÚCIO MORAIS

Quem diria, a amizade virtual está se tornando uma realidade comportamental comumente aceita, crescente e vista com normalidade por todas as gerações, Para entender melhor as características específicas de cada geração e entender este fenômeno coletivo, deixe-me descrever um pouco sobre cada grupo,

1. Geração Baby Boomers

São pessoas que nasceram entre 1940 e 1960. O termo em inglês “Baby Boomer” pode ser traduzido livremente para o português como “explosão de bebês”, fenômeno social ocorrido nos Estados unidos no final da Segunda Guerra, ocasião em que os soldados voltaram para suas casas e conceberam filhos em uma mesma época. Foram pessoas educadas com muita disciplina e rigidez. São pessoas que possuem o padrão de vida estável, dão preferência por qualidade e não quantidade, sabem o que querem e não são  influenciadas por terceiros.

2. Geração X

São pessoas que nasceram entre 1960 e 1970. Valorizam o trabalho e estabilidade financeira. São independentes e empreendedores. Pessoas que buscam por seus direitos, procuram  liberdade e tem ruptura com as regras e valores da geração anterior.

Enquanto a Geração Baby Boomer se apresenta como contemporânea ao nascimento da tecnologia, a Geração X surge fazendo uso dos recursos tecnológicos promovidos por sua geração precursora.

3. Geração Y

São pessoas que nasceram entre 1980 a 2000 e possuem características muito especiais, pois foram os únicos que acompanharam a revolução tecnológica desde pequenos. Se conectaram desde cedo com o mundo digital e aprenderam na raça como incorporar em seu cotidiano as novas tecnologias, conseguindo, assim, desenvolver competências diferentes das gerações anteriores (Baby Boomers e Geração X).  

4. Geração W

São pessoas que nasceram entre 1991 à 2000. Essa geração é uma subdivisão da Geração Y que quando foi criada, possuíam ainda jovens sem idade para o trabalho. Entretanto, é suficiente sabermos que são tão conectados quanto qualquer um da Geração Y e possuem as mesmas características.

5. Geração Z

Os jovens nascidos em meados dos anos noventa formam o conjunto da Geração Z. São motivo de reflexão por conta do seu comportamento individualista e de certa forma antissocial. Os jovens da Geração Z apresentam um perfil mais imediatista. Querem tudo para agora e não têm paciência com os mais velhos quando estes precisam de ajuda com algum equipamento eletrônico ou algum novo recurso da informática. Apresentam sérios problemas no mercado de trabalho, quando são exigidas habilidades para se trabalhar em equipe. O trabalho coletivo demanda respeito e tolerância, virtudes em escassez nos jovens da Geração Z.

6. Geração ALFA (ALPHA)

São pessoas que nasceram após 2010. É uma geração que não está totalmente definida. A geração Z e a Alfa podem se fundir numa nova nomenclatura. Ainda não tem característica precisa. O que se sabe é que nunca uma geração teve tanto acesso a informação e educação como esta.

(Apoio de texto adaptado: https://blog.fortestecnologia.com.br/gestao-de-pessoas/classificacao-das-geracoes-entenda-como-aplicar-na-sua-empresa/ Escrito por Karina Souza / Adaptado para este artigo por Múcio Morais).

Tendo entendido um pouco do que diferencia uma geração da outra, podemos perceber o fenômeno da “amizade virtual” considerando os abismos morais, culturais e comportamentais que existem, certamente existe um fator em comum que leva todas estas gerações a busca, aprovação e aceitação da “amizade virtual” este fenômeno é o que me intriga e tem sido a motivação de minhas pesquisas e pensamentos. Já tenho alguns indicativos importantes e quero compartilha-los.

1.     Solidão, seja qual for a geração, está vivendo uma “era da solidão” embora o barulho da sociedade seja intenso, a velocidade faz parecer que as coisas estão acontecendo, o eco não consegue enganar ninguém, é só olhar pra dentro de si mesmo e ela estará lá, acenando e fortemente acomodada, “solidão” como disse Fernando Pessoa: "Quem tem de ser? Não sofre menos quem o reconhece. Sofre quem finge desprezar sofrer, Pois não esquece. Isto até quando? Só tenho por consolação, Que os olhos se me vão acostumando à escuridão. (Ferrnando Pessoa, 13-1-1920). Um tempo, não uma geração, mas um tempo que nos une a todos no isolamento da individualidade, do medo, da insegurança, da incerteza, da afirmação da própria personalidade, da recusa em mudar, enfim, isso temos em comum, estamos sós como em nenhum outro tempo.

2.    Nossa Necessidade fundamental de expressar sentimentos, expressar nossos sentimentos é uma parte fundamental em nossa vida. Faz parte de nosso sentimento de bem estar, nos traz conforto emocional, nos coloca na perspectiva ideal das relações, ameniza o medo da crítica, alivia a culpa, quer seja consigo mesmo ou com as pessoas que nos rodeiam, sempre seremos um mar de emoções e teremos a necessidade exteriorizar e expulsar, lançar, expor, entregar, fazer saber nossas emoções. Parece-me que é aí que se instala um dos mais significativos componentes da “amizade virtual” que traz possibilidades infinitas que apoiam e ajudam esta necessidade, por exemplo o “meio anonimato” que nos protege da exposição “completa” afinal de contas o “amigo virtual” é meio gente e meio holográfico, o que já ajuda muito, considerando as dificuldades normais para se expor sentimentos.

3.   A Falta de compromisso “real” com os amigos virtuais; Embora se afirme, neste modelo, a fidelidade, cumplicidade, sentimentos de afeto mútuos, lá no fundo sabemos que a virtualidade nos protege e nos impede de agirmos em muitas situações, então toda declaração pode ser feita com uma assinatura digital. Oferecer um ombro digital amigo, uma conversa digital, um conselho digital, uma bronca virtual, um xingamento virtual regado a uma indignação virtual, um perdão virtual e um longo abraço virtual, como todo amigo de verdade faz. E você nem precisa emprestar nada ao amigo virtual, isso é ótimo, porque fora do virtual, os amigos geralmente não devolvem, as amigas que o digam. Quantas roupas você tem “emprestado” com suas amigas “reais”? Este quesito da “amizade virtual” é certamente um dos melhores.

4.      A falta de pressão vinda das ferramentas virtuais de comunicação; Isso parece esdruxulo, sou escritor, o que parece, parece. Saímos do cara a cara e fomos para as mensagens escritas e gravadas, amenizadas pelos kkkks, rsrsrsrs, emojis, figuras de linguagem que somente os habilidosos da fala possuíam, sim, algumas pessoas conseguem amenizar e dizer a coisa certa na hora certa e da forma certa, são os emojis de linguagem, mas hoje esta habilidade está a disposição de todos, você e eu podemos comunicar o que quisermos, dando o peso e a gravidade que bem quisermos, basta utilizar um dessas carinhas e pronto. A comunicação fica amenizada e a amizade preservada.

5.      O Estado emocional de muitas pessoas às levam a acreditar até em Papai Noel, quanto mais em “amizade virtual”. Um número assustador de pessoas passa neste momento por crises emocionais muito sérias, falo de depressão, ansiedade, pânico e outras doenças. Um mundo inseguro, que coloca as pessoas em um caminhão acelerado e desembestado numa ladeira, com uma sobrecarga de soluções, fórmulas, verdades e culpas, onde cada um é um “motorista” sem habilitação. E, é obvio que as pessoas estão com medo, inseguras, sobrecarregadas, sofridas, acusadas, frágeis, carentes e podem ceder a qualquer modelo de acolhimento que lhes tragam algum conforto. Sinceramente, neste cenário, a amizade virtual pode ser uma das melhores situações para quem está ladeira abaixo, obviamente as pessoas precisam de ajuda especializada, mas se não buscam ou não lhes está ao alcance, este modelo ajuda.

6.      A Crença de que algo novo vai acontecer; Como nos jogos de loteria, neste modelo de “amizade virtual” as pessoas acreditam que podem encontrar seu grande amigo ou mesmo o amor de sua vida, UAI, porque não? Claro que podem. Constatei esta situação navegando em um site de vídeos, atualmente, a título desta pesquisa, tenho utilizado 11 Plataformas Virtuais que se propõem a diversos objetivos como publicar textos, vídeos caseiros, ferramentas de edição, namoro, casamento, amizades, contatos profissionais, fofocas e por aí segue, é incrível o nível de entrega pessoal nestes relacionamentos, mesmo que virtuais, algumas pessoas entregam a própria vida nas mãos de “amigos estranhos” simplesmente crendo que algo novo está acontecendo. Confiar na chegada de algo novo é da natureza humana, pelo menos latina, haja visto nossas expectativas e ansiedade pela novidade demonstradas nas comemorações de mudança de ano, quando na verdade tudo não passa de um dia para o outro, mera ilusão estampada em um calendário!

7.      O Status das novas amizades; Quem não quer ser amigo de uma celebridade? Especialmente de uma Celebridade que atua em uma área de sua atuação ou admiração? Um médico recém formado que é amigo do Dr. Deepak Chopra, um psicólogo que é amigo do Dr. Dan Ariely, Dr. Howard Gardner ou Dr. Daniel Goleman, um ator amador que é amigo de Carlos Vereza, Tarcísio Meira ou Fernanda Montenegro? Um Palestrante que é amigo de Tony Robbins, Mário Cortela, Luiz Marins, enfim, para muitas pessoas este status faz diferença, poder conversar, curtir, opinar nas publicações destas pessoas influente e admiradas. Muitos nem precisam chegar a tanto, já se sentem importantes sendo “amigos virtuais” de celebridades locais e até mesmo do aplicativo. Se sentem importantes por serem correspondidas em diversas etapas;

Pretendo dar sequência a este estudo, não sei ainda onde vou usar este material, tenho centenas de anotações e gravações, esta síntese é uma forma de me situar sintetizando algumas das minhas principais constatações.

ALGUNS APLICATIVOS UTILIZADOS NESTA PESQUISA:

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Obrigado pela paciência!

Múcio Morais

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