Já está mais que óbvio que o modelo atual de acompanhar os alunos especiais nas escolas, não funciona, na verdade, tem tido um efeito danoso em muitas crianças que além de não acompanharem o processo de aprendizado, não possuem condições mentais ou emocionais de assimila os conteúdos, mas é avaliado, quase que como os demais.
Crianças que necessitam de um projeto pedagógico diferenciado não precisam se submeter a momentos extremamente constrangedores na sala de aula.
Estamos criando muitos elementos pedagógicos inúteis e desnecessários, não vamos acabar com a escola especial, mas Pais e muitos educadores apresentam o dificultador da falta de integração com as demais caianças sem as mesmas necessidades, então o que fazer?
Parece óbvio, não acha? Se não podemos confinar as crianças especiais em "suas escolas" vamos trazer a escola especial para dentro da escola comum, suas ferramentas, estrutura pedagógica, atendimentos especializados, rotinas, planos de aula, enfim, basta encaixar uma escola na outra e criar elementos de integração entre as crianças e os pais. Mas ao invés disso, mantemos um movimento curvilíneo, e, não preciso falar sobre os resultados.
É tão simples, por exemplo, na aula de matemática, a turma está aprendendo sobre geometria, e, na sala tem 3 alunos com TEA-1, TEA-2 + 3 alunos TDAH + 1 aluno com discalculia, essas crianças têm déficits intelectuais graves, como colocá-las no mesmo ambiente, ainda que exista uma professora auxiliar com uma metodologia paralela, impossível, é iludir-se, estes alunos não irão aprender e ainda terão crises em meio as dificuldades encontradas tornando o ambiente da sala de aula desconfortável para todos, essa tentativa é um atentado às boas práticas de educação. Não funciona. Ter as mesmas expectativas de aprendizagem para os alunos especiais somente agravam o problema e não resolve.
Mas se este aluno está numa classe especial, que nada mais é do que outra sala, aprendendo aquilo que faz sentido para ele, no ritmo dele, com avaliação baseado nas expectativas iniciais, orientadas por profissionais de psicopedagogia experimentados, com exercícios terapêuticos enquadrados, aquela criança vai estar equilibrada, feliz, integrada com seus colegas e professores. A normalidade é encontrada no universo dele e não no nosso.
Mas e a socialização? Estes alunos possuem habilidades e capacidades diferenciadas, nesse momento eles se integram aos demais. Por exemplo: Um aluno com TEA pode possuir habilidades físicas, ainda que sejam mínimas, nesse momento ele é integrado na aula de "educação física" faz parte dos exercícios, integra-se a equipe, disputa, compete, se machuca, é abraçado, zoado, enfim, tratado como todos, nesse momento podemos sim antecipar um breve treinamento aos alunos para receber o colega Autista, e, integrar, educando humanamente, desta maneira, sim, aconteceria uma socialização sadia.
E isso vale para todas as matérias, desta forma conseguiríamos acabar com a "visão da segregação" dos Pais que veriam nessas ações a socialização dos filhos, então haveria algumas dessas crianças em várias matérias, umas mais e outras menos. Sei bem que os Pais costumam ser os maiores entraves para a educação inclusiva, mas, precisam ser conscientizados e aprender a caminhar com a escola ou nada vai acontecer. É preciso entenderem que cada um vai receber educação dentro de sua potencialidade e possibilidade e que os especialistas da escola estão acompanhando.
A questão econômica é insignificante, esta adaptação por escola pode ser personalizada conforme a demanda da escola, promovendo inclusive intercâmbio entre profissionais e alunos das escolas.
Minha proposta é essa, sem inventar: A ESCOLA ESPECIAL INTEGRADA À ESCOLA COMUM, não nos moldes atuais que não "integra, mas mistura" é diferente. Infelizmente Juntos e misturados não funciona na educação.
Múcio Morais
PREFEITOS E SECRETÁRIOS DE EDUCAÇÃO, VAMOS IMPLEMENTAR ESTE SISTEMA INTEGRADO EM SEU MUNICÍPIO?