Estas são algumas das queixas que mais escuto no meu dia a dia, falando com pais, professores e familiares que cuidam de crianças. 😪Estou enlouquecendo. Não suporto mais. Quero sumir daqui. Estou sufocada. As crianças estão acabando comigo aos poucos. Qualquer dia desses eu caio dura no chão. Um dia vocês vão saber quanto vale uma mãe. Se eu soubesse que seria assim, teria escolhido outra profissão. Isso aí nunca me falaram no curso de pedagogia. Quem deveria cuidar mesmo nem aqui aparece. Para mim chega.
Quero deixar claro que este artigo trata de todo tipo de
crianças, inclusive aquelas que são atípicas e necessitam de assistência
especializada.
Indo direto ao ponto, o que enlouquece uma pessoa, o que tira a saúde mental, o equilíbrio, a estabilidade de alguém?
O adoecimento mental se manifesta a partir da associação de
múltiplas causas, que podem incluir hereditariedade, desequilíbrio
neuroquímico, exposição a condições estressantes (sociais, econômicas e
culturais), dificuldade em lidar com emoções, uso de drogas lícitas ou ilícitas,
vivência de traumas, manutenção de situações estressantes, falta de organização
na vida.
E quando este desequilíbrio tem as crianças como componentes?
O desequilíbrio, conhecido popularmente como “loucura”,
tendo como origem as crianças, tem basicamente os mesmos componentes, mas, a
falta de ações preventivas e frequentes na educação são as maiores causas. Um
lar, uma sala de aula, um espaço de lazer, precisam de componentes e protocolos
para que ambas as partes mantenham parâmetros de comportamento, o equilíbrio,
isso mesmo, o problema aqui é “ambiente” desorganizado.
Antes de tudo, os pais ou outros agentes de educação,
precisam de autocuidado, desenvolver hábitos espirituais (não religiosos)
meditação, preces, momentos a sós, atividade física moderada, e, a definição de
uma personalidade serena, equilibrada e sensata, sem esta preparação fica
difícil lidar com as situações.
Ação X Resultados, um fator comum nas crianças, agir e ver
o que acontece, quando a ação de chorar, gritar, quebrar coisas, ser agressivo,
enfrentar, se automutilar, fugir, se comportar mal na escola, desobedecer, enfim,
e muitas outras, costumam ser um teste para conseguir o que querem, se você
ceder será este o padrão cada vez que esta criança quiser algo, portanto não
aceite o comportamento inadequado, tenha suas REGRAS e aja conforme elas.
Crianças precisam entender que sempre haverá resultados por suas ações, quer
sejam boas ou ruins.
O que precisamos fazer?
1. Tenha um PROTOCOLO, regras de comportamento, isso mesmo, muitas famílias não tem isso, a cada peraltice, uma disciplina, um peso e uma medida diferentes, NÃO! Defina os padrões de comportamento esperados e as punições pela desobediência daqueles padrões, bem definidos.
2. Tenha REGRAS da rotina diária da criança, desde o levantar e arrumar a própria cama, horários para estudar, horário para celular, horário para brincar, horário para dormir, sem estas regras você terá uma guerra emocional cada dia.
3. Regras de comportamento social positivo, como agir quando chega uma visita, como tratar os avós, os irmãos, os vizinhos, os colegas de escola, o professor, os funcionários da escola, as pessoas do dia a dia, defina regras de comportamento social, e, as punições por quebrar estas regras.
4. Recompensas e reconhecimento, crie algumas formas de recompensar o bom comportamento, elogie com frequência, aprenda a disciplinar positivamente, dizendo a criança que você acredita nela e que sabe que haverá mudanças, mas não abra mão da disciplina.
Para que estas ações tenham resultados, você como responsável deve também manter alguns comportamentos essenciais para que este processo funcione.
1. Ensinar, mostrar as regras e protocolos de maneira clara, repetitiva, várias e várias vezes, pare com as crianças e faça um momento de repetir as regras. Aproveite e faça um cachorro-quente, que seja um momento agradável;
2. Mantenha -se fiel ao combinado, não ceda, seja firme, não agressivo;
3. Mantenha a calma, gritaria e volume de voz não resolvem nada;
4. Não se abale, lembre-se, seu filho é uma criança, vai fazer coisas estranhas;
5. Discipline com equilíbrio;
6. Treine as emoções, suas e da criança, ensine a emoção adequada para cada situação, eu às vezes dizia a meus filhos quando choravam muito ou gritavam, “Filho, não é para tanto neh? Manera ai!”
7. Comunique a escola as regras de sua casa;
8. Autorize os professores a serem firmes; tenha a escola como aliada;
9. Desenvolva a paciência;
10. Aprenda a perguntar a criança o que ele precisa; e, explique a situação;
11. Ofereça opções;
12. Respeite o limite das crianças; algumas coisas eles não conseguem fazer, algumas coisas ele não consegue aprender; exija que ele seja ele mesmo;
13. Aprenda a escutar, mas, diga a ele qual estado emocional para que isso aconteça; tipo: se você se acalmar e falar devagar, a mamãe vai entender, fique até você estar pronto para falar comigo.
14. Elogie muito;
15. Cuide-se!
Estas ações podem restaurar a paz e o ambiente adequado para se viver, seja em casa ou em sala de aula, não importa, estes princípios são aplicáveis e exigem disciplina e sequência. Acredite, vai funcionar.
A seu dispor! Múcio Morais