Em muitos anos de experiência lidando com o comportamento humano percebi em inúmeras situações o quanto as ligações emocionais trazem energias que atuam em nosso presente, podendo comprometer negativa ou positivamente em nosso processo de vida, sintonizamos nossas emoções em pessoas, acontecimentos, hábitos, processos e fatos que ocorreram no passado, e esta sintonia, se mantida e não resolvida, em geral, traz um travamento emocional para caminharmos rumo ao futuro que queremos e idealizamos.
Estas sintonias emocionais são verdadeiras correntes que
aprisionam as pessoas gerando medo, insegurança, dúvida e em muitos casos o
“pavor” que paralisa e traz a imobilidade afetiva e emocional como “zona de
conforto” transformando o futuro e as mudanças em fator de agressão ao estado
emocional estabelecido. Estas emoções são resultados de relações afetivas mal
resolvidas, sejam por vínculos familiares, casamento, amizades ou
profissionais. Em geral, estas situações estão presentes e solidificadas na mente por terem se
transformado em traumas, repetidas, absorvidas, suportadas no dia a dia até um
rompimento parcial da rotina dos acontecimentos, mas não um rompimento completo
e definitivo, mantendo um vínculo emocional que provoca o sofrimento e a dor
quando elementos de ancoragem são acessados.
Este processo muitas vezes pode estar sendo mantido por
apenas um dos envolvidos, mas se existe a disposição de um lado, o processo
permanecerá ativo enquanto a situação não for resolvida de forma definitiva, um
dos lados pode manter o outro lado aprisionado pelo uso das ligações emocionais
por toda vida, provocando crises, distúrbios psicológicos tais como depressão,
ansiedade, transtornos de ajustamento, transtorne de controle dos impulsos,
síndrome do pânico, ansiedade social, ansiedade generalizada, transtorno
obsessivo compulsivo, confusão de sentimentos e outras fobias.
PRISÕES EMOCIONAIS E A SÍNDROME DE ESTOCOLMO
A Síndrome de Estocolmo é um estado psicológico particular
desenvolvido por algumas pessoas que são vítimas de sequestro. A síndrome se
desenvolve a partir de tentativas da vítima de se identificar com seu captor ou
de conquistar a simpatia do sequestrador. Pode ser também chamado assim uma
serie de doenças psicológicas aleatórias.
As vítimas buscam uma identificação emocional com os
seqüestradores, a princípio, de forma inconsciente, como mecanismo de defesa,
por medo de retaliação, competição ou violência. Pequenos gestos gentis por
parte dos captores são frequentemente ampliados e encontram na situação de opressão
da vítima um rapport emocional já que naquela circunstância parece ser a melhor
forma para se conviver com a situação, isso ocorre em muitas relações, e as
correntes emocionais, num processo de confusão mental, são
estabelecidas. O Opressor gentil X A Vítima em processo de adaptação a qualquer
preço!
Muitas vezes, assim como na situação do seqüestro, as
pessoas envolvidas em torturas emocionais perdem a clareza quanto a realidade e
se perdem emocionalmente confundindo sentimentos. Este processo é o início de
um vínculo emocional maléfico como conseqüência de um stress físico e emocional
extremo, exaustão afetiva e emocional, pelo comportamento dúbio de afetividade
e ódio simultaneamente. A prisão emocional acaba sendo a conseqüência de uma estratégia
ilusória onde a vítima se liga ao seu algoz pela ilusão de que o rapport
emocional manterá sua própria segurança. Na verdade, o que ocorre ai é que a
vítima esta totalmente alheia a sua real situação de perigo e se entrega ao
mundo de fantasias que mais tarde se transformará numa âncora afetiva sem nexo.
Confusão, angústia e medo.
É preciso lidar com esta situação ou permanecer aprisionado no passado, é
essencial entender e tirar proveito do passado e não ficar preso nele, as
experiências do passado são bagagens que trazemos para o presente e que deve
nos impulsionar ao futuro, nos dá entendimento, nos situa naquilo que desejamos
e não desejamos para nossa vida, abastece nosso arsenal de armas contra a
repetição dos mesmos erros, enfim, não adianta experiências se não nos
servem nos dar entendimento, discernimento e sabedoria para viver. Tê-las como
algemas emocionais somente provocam e renovam os sofrimentos, é preciso
discernir sobre os nossos relacionamentos passados que em nada nos acrescentam
hoje, mas que continuam muitas vezes presentes em nossas vidas, alimentando um
estado letárgico e doloroso.
De maneira prática precisamos avaliar os resultados
produzidos em nossas relações, o que colhemos quais os benefícios, quanto
crescemos, quanto nos trouxe felicidade, satisfação, liberdade,
desenvolvimento, segurança e se conseguimos verificar os frutos em nossa vida.
Se pudermos ter esta perspectiva então temos a percepção completa e estamos
prontos a tomar decisões que rompam definitivamente os laços que nos prendem
emocionalmente ao passado ou às pessoas que fizeram parte dele. Correntes
precisam ser quebradas para que se estabeleça o estado de liberdade, de saúde
emocional e espiritual por onde a felicidade possa fluir.
Para que isso acontece é preciso ter ações direcionadas e
firmes, colocar os verdadeiros sentimentos no processo de rompimento, tentar
fugir do cativeiro preocupado com o que vai acontecer com o sequestrador vai
tirar no mínimo a maioria de suas energias e possibilidade. Ao contrário,
estar cheio de vontade de se livrar da situação, com ódio do desconforto que
está passando, entendendo a indiferença e os sentimentos egoístas do opressor a
seu respeito podem lhe dar energia suficiente para saltar muros, correr e não
querer mais cruzar o caminho da opressão, deixando o opressor entregue a sua
própria sorte, até este sentimento nesse caso é benéfico.
Como iniciar algo novo se estamos presos emocionalmente ao
passado? Porque insistimos em continuar vivendo e revivendo sentimentos,
emoções e situações que não têm nada a ver conosco, nenhuma ligação com nossas
possibilidades, nenhuma energia positiva, nenhum link para a felicidade,
simplesmente estamos nos enganado e alimentando falsas expectativas de que um
dia as coisas serão diferentes. No campo afetivo, uma das coisas que mais pode
ajudar a não nos colocarmos em posição de prisioneiros emocionais é racionalizar
e entender se as intenções do outro são as mesmas que nos movem. Quais são as
suas intenções, objetivos de vida, propósitos? O que você quer para sua vida? O
que te faz feliz? O que te fará sorrir a cada manha? O que te fará dormir em
paz a cada dia? O que você realmente deseja? Onde está? Com quem está?
Espero sinceramente que este artigo traga alívio e luz para
todos que se encontram aprisionados emocionalmente no passado, seja você mesmo
o agente transformador de sua vida, abrace as possibilidades e as
impossibilidades, liberte-se!
Felicidade a Todos!
Múcio Morais
Palestrante Motivacional / Consultor /WhatsApp: (31) 99389-7951 / e-mail: muciomorais@gmail.com
Este texto é parte integrante da Palestra "PRISÕES
EMOCIONAIS - O LADO ESCURO DAS LEMBRANÇAS" Tempo de duração: 1h40min. /
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