Múcio Morais |
Síntese da Palestra
No processo
terapêutico, e no que considero o seu mais intenso fator, a relação
“médico/equipe x paciente” tenho percebido ao logo dos anos, trabalhando com
públicos de diversas idades e origens, conversando, aconselhando, aprendendo e
convivendo, a uma exploração mais aprofundada da conexão mente-corpo (lendo,
inclusive alguns livros do Dr. Daniel Redwood, Robert Diltz e outros),
Do ponto de vista
filosófico, espiritual e pessoal deveria haver
muitas influências na prática médica, isso porque a cada nova
descoberta, a cada evolução, descobre-se que o centro de orientação humana (a
mente e seu complexo sistema) tem muito mais poder do que se imagina.
A velha e boa
medicina mecânica de todo dia, medicina técnica ortodoxa. Medicamentos,
cirurgia e aplicações está se tornando
uma medicina “quase inadequada” se praticada exclusivamente nessa
forma. Em todas as vezes que falamos em
situações envolvendo mente e corpo numa pessoa, estamos falando em uma “Mente”
que afeta um cérebro, afetando um corpo, para o bem ou para o mal. É preciso
então dar um enfoque filosófico-emocional ao caso, e nesse rumo caminhar
terapeuticamente.
O presente com
toda nossa tecnologia e evolução humana é a prática de uma medicina envolvendo
mente e corpo. Percebendo, além, uma mente individual, formada por experiências
particulares, com crenças e juízo de valores próprios, uma mente localizada no
cérebro ou no corpo. É uma mente possivelmente afetando o corpo, através do
pensamento e das crenças e limitantes.
Porque algumas
terapias não funcionam? Simplesmente porque os pacientes não acreditam. Não
foram trabalhados para isso. Não foram percebidos em seus limites, inclusive de
crer nas orientações médicas: Por quê? Faltou-lhes a reeducação para a cura;
Faltou a intervenção filosófico-emocional; Dá trabalho? Sem duvidas, mas também
dá resultados.
Medicina não é uma ciência exata, como a física. E isso não deve ser motivo para um caso de complexo de inferioridade. Por volta de 1860, a década em que Lewis Thomas disse que a medicina se tornou uma ciência, a medicina queria incorporar a precisão e a previsibilidade das ciências exatas, cujo exemplo mais espetacular é a física.
Mas sua inexatidão é verdadeira não só para a medicina, mas também
para a economia, educação, psicologia e psiquiatria, muitas das ciências mais
“flexíveis.” Ter procedimento único, padronizado, engessado, pode comprometer
seriamente as ações médicas que necessitam, e isso deveria ser obvio tratar da
individualidade, em especial das questões envolvendo a experiência subjetiva do
paciente.
Daí me pergunto:
Porque muitos profissionais da saúde procedem como se fossem “físicos” tratando
de fenômenos totalmente previsíveis e explicáveis? Porque muitos procedimentos
são tão padronizados que fazem com que o paciente perceba muito mais a indiferença
do que a atenção? Porque, como uma mira a laser, muitos profissionais focam
exclusivamente no “ponto a ser tratado” esquecendo-se de que em torno do ponto
existe um ser, uma mente, uma experiência única, uma força extraordinária que
pode, se bem estimulada, fazer a maior parte do trabalho de cura?
Vivemos hoje uma
grande mudança de paradigma, estamos desenvolvendo a ciência até o seu extremo
lógico e isso será um grande bem para a humanidade.
Penso que a
natureza do empenho científico está mudando.
Estamos começando a enfocar o subjetivo, em especial o que a mente pode
fazer, coisa que a ciência anteriormente não considerava passível de
exploração. Foi criado um tremendo campo de batalha no interior da ciência
ortodoxa. Existe uma frase famosa de um cientista:
“Isto é o tipo de
coisa na qual eu não acreditaria mesmo se fosse verdadeiro.”
Porém mesmo assim
essas novas descobertas são científicas, (ainda que feitas empiricamente no dia
a dia dos hospitais e consultórios) À
medida que a ciência muda, focalizando diferentes temas subjetivos, isto cria
uma incrível possibilidade para a humanidade. Fatos, bons fatos e isto não vai
se perder. Ainda que muitos agentes da medicina ainda insistam que são
“mecânicos do corpo”.
Não me entendam
mal, não estou renunciando às descobertas médicas, às novas técnicas
cirúrgicas, aos novos medicamentos cada dia mais eficientes e confiáveis; Não
desacredito dos estudos científicos, da competência e experiência da prática
médica, isso é formidável, é excepcional e o Brasil é um celeiro de grandes
médicos; Meu intuito apenas é, como estudioso do comportamento humano o de
levar minha contribuição no sentido de agregar valor e eficácia ao que já é
extraordinariamente bem feito na medicina Brasileira.
Sucesso!
Prof. Múcio Morais
Estes princípios foram recentemente aplicados no CONGRESSO SULMINEIRO DA SAÚDE 1º MOBILISA. promovido pelo ISA - Instituto de Saúde dos Servidores Públicos de Varginha-MG, SEBRAE-MINAS, ACIV, UNIMED, SINDISA, COPASA-MG treinamento de Equipe de Atendimento/Médica do CGEM - Centro Geral de Especialidades Médicas de Minas Gerais - Belo Horizonte - MG. E diversos Congressos médicos pelo Brasil.