Finalmente, dia 31/12; Vamos nos despedir do ano, para a maioria dos que vejo se manifestando, um ano para ser esquecido, deixado pra trás, excomungado, de hoje para amanhã vai mudar tudo, começa uma nova era, um novo tempo, “nesses novos dias as alegrias serão de todos é só querer, todos os nossos sonhos serão verdade” é o velho hino de virada de ano da Rede Globo, vejo um movimento de caixas de bebidas, pessoas com as mãos cheias de sacolas, um clima festivo, isso é bom, irreal, fantasioso, irracional, mas até que é legal.
De onde vem esta ideia de dividir o tempo?
As pesquisas indicam que o
primeiro calendário surgiu na Mesopotâmia, por volta de 2700 a.C.,
provavelmente entre os sumérios, e foi aprimorado pelos caldeus. O calendário
possuía 12 meses lunares (entenda o sistema Sol-Terra-Lua), de 29 ou 30 dias, e
serviu de base para o adotado pelos judeus. Como cada mês começava na lua nova,
o ano tinha 354 dias, ficando defasado em relação ao calendário solar. Para
resolver o problema, os caldeus acrescentavam um mês a cada três anos. O
primeiro calendário solar foi criado pelos egípcios, em meados do terceiro
milênio antes de Cristo. Muito mais preciso, já tinha 365 dias. Hoje,
utilizamos o calendário gregoriano, que não sofre influência do movimento dos
astros. Ele foi instituído em 1582 pelo papa Gregório XIII (1502-1585), que
reformou o calendário juliano - uma herança do Império Romano.
Trazendo a ideia para a realidade prática, este costume de dividir a vida em porções, pacotes de dias, meses e anos, parece trazer a cada período ou pacote de dias uma nova chance para uma vida melhor, o problema é conferir personalidade ao tempo e como vemos, achar que a mudança de “ERA” trará o melhor por si mesma, mas não trará, o homem será sempre o agente das mudanças, salvo pela intervenção divina, esta é indiscutível.
Nada vai mudar se nós não mudarmos.
Não importa em que data isso comece,
tem que começar, planos, estratégias, metas, decisões, ações com prazos
definidos e avaliação dos resultados, é esta a simples fórmula da felicidade,
do sucesso em conta gotas, que gera um ciclo de vitórias em sua vida, afinal a
cada projeto bem sucedido, por menor que seja, isso fortalecerá sua crença e
sim mesmo e dará impulso para novas conquistas, fortalecendo suas ações e
trazendo novos resultados, este ciclo forma vencedores; e, quando digo
vencedores, falo de gente que ganha mais do que perde, porque uma e outra
derrota faz parte. quem não perde de vez em quando não sabe apreciar o sabor da
vitória.
Quem se propõe a mudanças reais
não pode depender de “ERAS E ANOS” sabe bem que quem constrói, especialmente em
si mesmo, tem que pegar firme e não soltar o projeto, precisa de disciplina,
determinação e motivação, sim, razões para mudar, seus motivos, saiba que
mudanças iniciadas sem “motivos fortes e reais” terminam em frustrações, a
motivação certa é o impulso decisivo, então busque-a, pergunte a si mesmo “porque
quero? Como quero? Onde quero? E Quando quero?” As respostas mostrarão se suas
motivações são consistentes ou não. Lembre-se, os motivos dos outros não nos
motivam, somente os nossos, busque-os.
O que tenho pra hoje é desejar um
“FELIZ HOJE” é o que você e eu temos para viver, administrar e aprender, não
sabemos quantos “HOJES” teremos ao longo da vida, mas o de “HOJE” parece garantido,
pelo menos até “AGORA” você pode ver? É uma ilusão tratar do pacote inteiro de
dias, faça hoje, a ilusão do tempo que temos é ilusão de fato, a realidade está nas ações por nossa conta, não por conta de um "ANO NOVO" mas por conta de um "dia novo" após o outro, de fato diferente e renovado com atitudes reais, sólidas, palpáveis.
Desculpe estragar sua “virada de
ano” mas temo que ela não corresponda a uma virada de vida, por isso é só uma
festinha, aproveite a festa. Mas, por favor, esta tradição por si só não tem graça nenhuma, leve a vida mais a sério e faça muito mais festas, mas com realismo e não como crianças babando com um doce. Momento de amadurecer e encarar a própria felicidade de forma mais intensa e duradoura. A idade média já se foi, hora de jogar fora as crendices e superstições inócuas e infantis, bora crescer.
Grande abraço! Múcio Morais