Pra quem entende o jornalismo como o quarto poder, aquele que investiga, procura, interpreta, esclarece os fatos do dia a dia da nação, está tristemente assistindo um final melancólico com personagens pateticamente dobrados pelo interesse econômico e outros que fantasmagoricamente povoam os bastidores do jornalismo brasileiro.
O Jornalismo tendencioso e
influenciado a que temos assistido nos últimos anos, não pode ser chamado de
jornalismo, não existe jornalismo se existe tendência e influência que
contamine o fato, este processo jornalístico apenas utiliza-se dos meios de
comunicação para manipular a sociedade de acordo com seus interesses,
Assistimos incrédulos a gente
muito bem conceituada dobrando-se a este tipo de comportamento, difícil saber
se por se submeterem à pressão e políticas internas das empresas de comunicação ou por
convicções próprias, o que também contamina o jornalismo, considerando a
impessoalidade como fator de credibilidade jornalística,
A isenção e credibilidade não
impede ao jornalista de imprimir sua marca, sua personalidade, desde que preserve
sua neutralidade e mantenha-se servo da verdade, ainda que esta venha ferir
suas próprias convicções, posso citar grandes nomes do nosso jornalismo com
esta característica, dos quais sou admirador, Alexandre Garcia, Hermano
Henning, Nei Gonçalves Dias, Ricardo Boechat, Carlos Sardenberg, Arnaldo Jabor,
José Simão, Mônica Bérgamo, Fernando Mitre, William Waack, enfim, estes, até o
momento, praticam um jornalismo personalizado, mas fiel ao seu público.
O Jornalismo Brasileiro é hoje
uma colcha de retalhos, alguns dos principais meios de comunicação noticiam
somente o que é de seu interesse, como se estivesse em suas mãos a formação ou preservação de um certo “ambiente
favorável à sabe-se lá o que”; o Brasil desinformado se debate entre a verdade
contaminada em conta gotas e a omissão descarada em doses cavalais, perdemos o
rumo e com ele a missão, o propósito e o respeito.
Reconquistar? Será um trabalho de
anos, e, terá que ser liderado por quem merece ainda créditos da sociedade
brasileira, será isso possível? Estaria este objetivo dentro do interesse das
grandes redes? Creio que não. Teremos que conviver com este “jornalismo” medíocre
e influenciado por muitos anos, a fuga dos Brasileiros para meios duvidosos e
altamente contaminados como as redes sociais, portais e outras ferramentas da
internet se tornam cada vez mais alternativas camicases, as fofocas, fake News,
memes, resenhas dos famosos “quens?” Rapidamente vão substituindo toda a nossa tradição jornalística construída por
décadas, literalmente saindo pelo ralo.
POBRE DO PAÍS QUE NÃO TEM UMA
IMPRENSA ISENTA E RESPONSÁVEL, POBRE BRASIL!
(Múcio Morais)
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