Na verdade todos somos tão bons quanto qualquer um. - Múcio Morais

 Na verdade todos somos tão bons quanto qualquer um

Não existem pessoas melhores que outras, na verdade todos somos tão bons quanto qualquer um, alguns obviamente fazem questão de serem ruins, quer por opção ou pura ignorância das possibilidades, mas no sentido temporal somos mesmo iguais.

Nenhum sonho ou projeto é melhor que o outro, todos são tão bons quanto o outro, alguns obviamente atingirão mais gente, mudando vidas, trazendo transformações, mas cada um tem seu universo, seu potencial, seus limites mentais, emocionais e até mesmo espirituais, e, ao final todo sonho é quase igual.

Toda atividade tem significado, nenhum trabalho pode ser considerado melhor que o outro, todas as atividades são tão boas quanto as outras, a diferença é quanto de si mesmo, quanto de coração, quanto de alma é colocado, isso é o que faz a diferença, nesse momento a igualdade é colocada em xeque, o significado de nossas atividades difere pelo ingrediente humano.

O minuto seguinte é exatamente igual, o minuto de um é tão bom quanto o minuto do outro, ele vem com 60 segundos exatos, vividos no mesmo momento que o de todos os outros seres viventes, com qualquer etnia ou atividade, Brancos, Negros, Índios, Professores, Reis, Catadores de Latinha, Rainhas, Presidentes, Artistas, Cientistas, Médicos, Mendigos, Advogados, Pedreiros, Carpinteiros, Estivadores, Vendedores, Faxineiros, Construtores, Empresários, Esportistas, enfim, o minuto presente é o mesmo, sua diferença é como ele será vivido, isso dá a cor e o valor ao minuto passado, os minutos de Freud, Einstein, Madre Tereza de Calcutá, Betinho, Francisco de Assis, certamente foram bem vividos, o minuto é o mesmo, ninguém pode se vangloriar, "meu minuto é maior que o seu", só escolher. Mas até que cesse a estrada terrena, temos este mesmo minuto e uma escolha a fazer. 

E, o que esta igualdade poderia nos ensinar? Arrisco-me a dar alguns caminhos; humildade, certamente, o valor da igualdade e até mesmo de inferioridade, a humildade não está em perguntar "quem sou" mas em afirmar: "Não sou melhor que ninguém."; sensibilidade, sim, a capacidade de importar-se e agir a favor; Bondade, um desejo enorme de fazer o bem aos outros, em todos os níveis de relacionamento; gratidão, especialmente entendendo que alguém usou seus próprios minutos para te servir ou ajudar; espiritualidade, o entendimento de que a vida é um sopro, os valores materiais são efêmeros; excelência, o esforça para fazer bem feito, o melhor possível; contrição, sentimento profundo de arrependimento por erros cometidos, não por medo mas pelo amor e gratidão à divindade; solidariedade, oferecer-se como alívio, consolo e atendimento ao outro; desapego, adquirir falta de interesse ou entusiasmo pelo acumulo de riqueza, aprender a repartir...

Melhor, pior, mais ou menos importante, mais ou menos relevante, isso é coisa da pobre humanidade tentando dar mais brilho e significado ao que todos sabemos que não tem. Quando a ilusão terminar a realidade pode nos juntar, seja aqui ou em outra parte, quem sabe?

Múcio Morais

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