Estimulando o Pensamento Crítico e “deixando Pais e alunos” se virarem! (Síntese da Palestra) - Múcio Morais
Do sonho ambicioso de uma Nação que pensa e avalia de maneira crítica os fatos à decadência relacional na sociedade e em especial no círculo familiar. As nossas ambições pedagógicas podem tentar transformar e redefinir tão radicalmente os trilhos já firmados, que os rumos se tornam improváveis. Arrancar trilhos é simples, substituí-los é a questão, alunos cada vez mais “viciados” no questionamento dos padrões estabelecidos, espalham-se pelo País, com um comportamento óbvio “Alguém que pouco sabe, se transforma em ameaça ao juntar sua sabedoria em retalhos com uma ignorância ignorada e uma vaidade desmedida” (Múcio Morais)
Aquele que não sabe, e pensa que
sabe. Ele é tolo. Evite-o.
Aquele que sabe e não sabe o que
sabe. Está adormecido. Desperte-o.
Aquele que sabe e não admite o
que sabe. É humilde. Aprenda com ele!
Aquele que sabe e sabe o que
sabe. Ele é sábio. Siga-o.
Aquele que sabe e não sabe o que
fazer com o que sabe, está perdido.
Aquele que sabe ou pensa que sabe,
mas não respeita o que o outro sabe, é ingênuo.
Aquele que usa o que sabe ou
pensa que sabe para alterar os estados de espírito sem alterar positivamente o
ambiente, é somente um tolo sem causa.
Despertar o pensamento crítico e
a reflexão crítica é possivelmente o grande trunfo da educação, a questão é
estabelecer processos que direcione positivamente, gere ações, mantenha bases
relacionais, ensine a pensar, mas também ensina a viver. Pensar é relativamente
simples, viver é que é a questão fundamental, e, a meu ver, nesse ponto que
está a falha, temos uma geração de docentes engajados no processo evolutivo de
uma sociedade mais crítica e ativa, porém o tiro sai pela culatra quando esse
processo não está associado a simplicidade da vida. Ao autoconhecimento e a
melhoria nas relações, o pensamento crítico muitas vezes ignora que melhorar o
mundo implica em melhorar as pessoas e o ambiente, também conhecido como mundo.
É indiscutível que nesses tempos temos a necessidade de uma
prática pedagógica cada vez mais diversificada, com mais possibilidades e
acessos à elementos que fogem de estratégias conteudistas focadas apenas no
material didático disponível, livros e apostilas perpetuadas pela preguiça na
produção de conhecimento, que leve os estudantes a estabelecerem conexões
entre o que se aprende nas disciplinas com as questões referentes à
pesquisa e suas interfaces com o desenvolvimento humano, é a óbvia prática pedagógica relevante.
Não se discute os benefícios da
nova visão pedagógica, mentorada por docentes diferenciados, fora do padrão
convencional, carismáticos e aparentemente vivendo acima da mediocridade do
“admirável gado novo” estou dentro dessa turma. Mas neste momento discutimos sim os efeitos
deste processo indiscriminado, lançado sobre a imaturidade e despreparo dos
jovens somadas as dificuldades culturas familiares, se queremos a evolução de
nossos pupilos, temos também que ter as respostas para mantê-los o máximo
possível em harmonia em todos os níveis de relacionamento, incluindo consigo
mesmo, sem esta atenção, comentemos um ato irresponsável de interferência na
vida desta geração, colocamos o caminhão carregado de produtos explosivos descendo
ladeira abaixo, com um motorista inexperiente e sem habilidades necessárias, e
o resultado só pode ser trágico.
Retomando o complemento da
temática aqui proposta, “Deixando Pais e alunos se virarem” bom é entender que
os padrões e valores familiares que estão em voga são a base das relações,
crenças, valores e caminhos, deixar que o pensamento crítico reduza ou
menospreze estes padrões é uma tolice, o que vale uma boa ideia defendia quando
este promove um ambiente perturbador com possibilidade zero de mudança?
No Pensamento Crítico-Filosófico as bases humanas precisam ser estabelecidas, em especial quando os candidatos a "Livres Pensadores" tem esta parte tão fragilizada.
Invadir as relações familiares de nossos alunos introduzindo um comportamento crítico é simplesmente irresponsável, as Famílias não estão preparadas para esta mudança, tenho relatos de Pais desiludidos por não saberem como lidar com a nova personalidade dos filhos. Guerras e mais guerras de opiniões sobre temas que antes deste comportamento eram irrelevantes ou tácitos. Ensinar e estimular o pensamento crítico sem a "humildade" e a "auto avaliação", elementos essenciais na personalidade humana saudável e que também faz parte do pensamento crítico, é promover revoluções inócuas, procriar pequenos agitadores.
O filosófico e acadêmico, Confúcio afirmou: “A humildade é a única base sólida de todas as virtudes. Não corrigir nossas faltas é o mesmo que cometer novos erros.”
Sócrates deu sua visão da sabedoria com esta frase: "O mais provável é que nenhum de nós saiba coisa alguma; mas alguns pensam saber, enquanto eu tenho consciência de que nada sei (…)."
Podemos ainda voltar para nossos sábios tupiniquins, Cícero Rodrigues afirma: "O inútil vive de ódio; o hipócrita vive de mentiras; o idiota vive de ignorância, mas o humilde vive de amor, verdades e sabedoria."
Gosto ainda de Charles Chaplin que afirmou: “Pensamos demasiadamente e sentimos muito pouco. Necessitamos mais de humildade que de máquinas. Mais de bondade e ternura que de inteligência. Sem isso, a vida se tornará violenta e tudo se perderá.”
E dou minha contribuição quando afirmo: “Estimular a pensar sem estimular a amar é decretar a morte da própria sabedoria.” (Mucio Morais)
Caro colega professor, peço apenas que repense seu papel, inclua na formação do pensamento crítico a ideia de harmonia, diz-se que não é possível harmonizar quando existe crítica, bobagem, a harmonia é possível em qualquer ambiente, dentro de todos os modelos filosóficos, basta haver uma base de amor, respeito, maturidade e a manutenção de bases importantes, ainda que discutíveis, em nossas relações. Pensem nisso quando estiverem com nossos militantes ainda sem causa.
Nosso mundo precisa muito mais de estadistas do que de militantes e políticos profissionais, quer sejam de direita ou esquerda. O Radicalismo não transforma, apenas interfere, fere de ambos os lados, atropela o desenvolvimento normal do ser humano, já o pensamento crítico transformado em possibilidades traz esperança e une pelas intensões.
O que queremos formar? Que perdas estamos dispostos a produzir? O Pensamento crítico supera a necessidade de felicidade ou harmonia ainda que momentânea? Não quero também uma geração que prefira a paz à razão, ainda que o preço seja a subserviência passiva, mas uma geração que promova a paz pela razão e saiba conviver com as perdas inevitáveis, sem medo, mas com nobreza de alma. Entendendo suas escolha e preservando as essências que nos dão o direito de sermos chamados de humanos. Este é um desafio pedagógico dos mais complexos, mas dos mais gratificantes. Desenvolver "Pensadores com Alma".
Forte abraço! Múcio Morais
PALESTRAS & WORKSHOPS PARA ESTUDANTES / PROFESSORES / GESTORES / PAIS / PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO.