“O CAMINHÃO DO LIXO” – Lições para a vida – Múcio Morais

Hoje pela manhã estava em meu escritório, minha sala fica logo atrás da garagem, posso visualizar a rua e acompanhar um pouco do movimento da vida, sobe e desce, gritos de pessoas chamando por outras, barulho dos carros, alguns cães que já viraram patrimônio do bairro, entregas, enfim, eu poderia ser o jornalista da comunidade, mas há algo nesse movimento que me intriga, ensina, diverte e motiva, “O Caminhão do lixo e sua equipe de coletores” estes sim valem a pena esperar para ver, sabe, as vezes até me levanto e vou até a grade do portão para acompanhar o que chamo de “O show de vida”, felicidade, alegria e harmonia que estes seres especiais oferecem a população diariamente,

Como estar tão eufóricos com um trabalho aparentemente tão cansativo e repulsivo, pensar que eles se deparam com todo tipo de lixo, desde fraldas descartadas e sujas, até vidros quebrados, alimentos podres, insetos, detritos de todo tipo, lembrando ainda do odor horrível que algumas coisas exalam, me pergunto, como alguém pode cantar, pular, dançar, fazer piada e demonstrar satisfação na execução de um trabalho como este? Eu tenho as minhas respostas e poderosamente elas influenciam  minha vida e podem mudar a sua também.

Lições dos “Coletores de Lixo”, pois é, até o momento não achei uma situação melhor para motivar a resiliência e as mudanças de estado de espírito.

Respondendo à pergunta inicial de Como estar tão eufóricos com um trabalho aparentemente tão cansativo e repulsivo?  Penso que:

                É a única forma de conseguir trabalhar neste ambiente;

            Lidando com tantas “hostilidades” advindas daquilo que as pessoas não querem mais, imagine se estes amigos mantivessem um estado de espírito negativo, mencionando cada conteúdo lançado no caminhão, reclamando do odor, praguejando contra as pessoas que lhes provocaram tamanha exposição, este seria o pior trabalho do planeta, a rotatividade seria enorme, teríamos que nos trancar em casa quando eles chegassem à nossa rua.

A mudança de estado de espírito e a perseverança para se manter nele, é uma espécie de EPI (Equipamento de Proteção Individual), que protege estes profissionais e os mantem saudáveis emocionalmente e prontos a dedicarem-se por muitos anos. Acredite, sem este estado eles durariam muito pouco. Conheci um ex coletor que já está aposentado, ele me revelou que sente uma saudade imensa do trabalho e quando os colegas da ativa passam em sua rua, com todo aquele reboliço, ele quase não se contém para correr atrás e se juntas aos colegas.

Em nossa vida esta lição pode ser muito poderosa, no enfrentamento de todo tipo de situação, manter um estado fisiológico positivo, antecipando o dia com os melhores sentimentos, pensamentos e ações, isso é a diferença entre ter um enfretamento ou uma administração dos fatos. Fazemos uma escolha entre a guerra ou negociação equilibrada, o aprendizado, a experiência, escolhemos até mesmo nosso ponto futuro, vencedores temporários ou satisfeitos e conscientes, tudo começa com o estado em que nos colocamos. Os Coletores me parecem as pessoas mais felizes do momento, dificilmente durante meu dia, encontro pessoas tão animadas e aparentemente gratas.

Percebo ainda que este comportamento dos Coletores contagia seus relacionamentos fora do círculo de trabalho, tive um amigo chamado Ailton, “Coletor de lixo na SLU-BH”, sabe, ele era um pouco mais velho que eu, estudávamos em uma escola técnica de informática, de verdade, ele era o cara mais legal que eu conhecia, parecia levar muito daquele espírito para as relações com a família e amigos, ele tinha uma namorada, e ela se mostrava muito feliz e orgulhosa ao lado dele, aquele jovem parecia inabalável, uma paz interior frequente, bem humorado e positivo, era motivo dos melhores comentários entre os amigos, lembro-me de uma vez falar com ele sobre isso, eu era um estudante de teologia e me interessava muito pelo comportamento humano, fiz um questionamento sobre sua estabilidade emocional e ele simplesmente me dizia, isso é uma escolha amigo, nem queira saber a fera que domino dentro de mim. Foi a primeira vez que tive contato com a história dos dois cachorros;

Todos nós temos dois cachorros dentro de nós, um é bravo e agressivo, o outro é manso, amável e bem humorado, eles brigam o tempo todo, cada um de nós escolhe qual deles vai alimentar para ganhar a briga e qual deles vai deixar morrer de fome. Foi o Ailton quem me contou esta história. Ele me disse, eu alimento o manso e amável. O outro estou deixando morrer, mas tomo muito cuidado, porque mesmo com fome ele é traiçoeiro e tenta atacar.

Escolhas, certamente você que está lendo este artigo pode estar dizendo a si mesmo, AFF mais um artigo sobre escolhas. Mas amigo, deixe-me dizer algo: É o melhor que está tendo! O segredo aqui é entender qual o “alimento” que se deve interiorizar para o seu bom Cão, o que alimenta este Cão que nos faz tão bem?

Descubra e sua tarefa estará resolvida, quer uma dica? Comece a procurar pelo caminho da espiritualidade, reflexão, meditação e autoconhecimento.

Abraço a todos!

Múcio Morais / PALESTRAS MOTIVACIONAIS / COMPORTAMENTAIS / FAÇA CONTATO: 031 99389-7951 / contato@muciomorais.com

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