Educação, está na hora de "pôr os pingos nos is", - Múcio Morais

O Ano letivo começando, um tempo movimentado, encontros pedagógicos, seminários, colóquios, redirecionamentos, avaliação dos últimos resultados, novos objetivos e metas. Tudo caminhando para um ano de sucesso, exceto por alguns pequenos detalhes deixamos de fora neste momento, alguns dos principais atores da roda da educação, são exatamente aqueles que tem pelo menos a metade da responsabilidade e participação no sucesso, estou falando de PAIS E ALUNOS!

Embora tenhamos um ótimo planejamento, faze-lo sem a presença dos Pais e alunos é o mesmo que ensaiar a metade do elenco de uma peça e querer que na apresentação tudo saia perfeitamente conforme o roteiro, isso não vai acontecer. Mas é assim que fazemos a cada ano letivo.

Consequentemente, os velhos problemas irão aparecer, as questões mal resolvidas estarão de novo atormentando professores e gestores, medidas velhas e novas na disciplina e resolução de problemas estarão pairando sobre as cabeças pensantes da escola, e, sabe o motivo?

É que não temos protocolos tratados logo no início do ano, não colocamos os “pingos nos is” definindo com clareza o papel de cada ator na educação e nos limitamos ao corpo técnico da escola, mas convenhamos, os maiores problemas não estão no corpo técnico, mas nos “clientes em geral” são eles que não se preparam adequadamente, não têm uma visão completa do seu papel, chegam com retalhos de conhecimento, culturas distorcidas de outras escolas, comportamentos estabelecidos e aceitos no passado, abdicam das responsabilidades na aprendizagem, desconhecem os inúmeros benefícios de suas ações na educação formal dos filhos, "Geralmente os Pais nos enviam passarinhos sem asas e querem que os ensinemos a voar." (Múcio Morais).

Pais precisam escutar e discutir seu papel, suas responsabilidades pedagógicas, educacionais, comportamentais, e, entender que o maior agente de educação é a família, quando esta funciona geralmente temos um  ótimo aluno, motivado por valores e crenças saudáveis, disciplinado, com foco, estável e com um estado de espírito adequado para aprender.

Sem esta interferência da família, temos um aluno exatamente ao contrário do ideal, desmotivado por falta de valores e crenças ou por distorções nessa área como resultado da indiferença familiar, indisciplinado e sem noção de dever, sem foco e instável emocionalmente, uma escola com um percentual médio de alunos nessa condição, forma um ambiente muito complexo para se ensinar.

E os alunos? Precisam de um protocolo?

Obviamente que sim, também precisamos tratar com os alunos, dar a eles um norte, muitos alunos passam anos perdidos na escola com uma vida estudantil medíocre ou mesmo aparentemente bem sucedida, porém com as razões erradas. 

Eles precisam saber o que se espera deles, ter uma identidade escolar, entender a diferença entre aluno e estudante e os momentos que terão que desempenhar cada papel, muitos não sabem como aprender, desconhecem as técnicas mínimas de aprendizagem e fixação de conteúdos, passam um verdadeiro sufoco. 

Nossos alunos também precisam saber sobre comportamento, o valor do outro, autoridade, generosidade, nobreza, enfim, alunos sem um norte educacional formam um ambiente de múltiplos comportamentos e costumam interferir negativamente no clima organizacional da escola.

Mas, voltando ao tema, é preciso lidar com estes problemas recorrentes na educação a cada início de ano letivo e ao longo deste manter um processo que lembre Pais e Alunos de suas atribuições, eu sugiro um manual a ser entregue na matrícula com um capítulo destinado a cada ator deste processo. 

E ainda, todos deveriam assinar um compromisso, claro que de maneira informal, mas sim, deveríamos lidar a cada início de ano com estas questões e deixar bem claro o que será cobrado e esperado. Obviamente ao longo do ano precisamos ter momentos para relembrar a todas as partes e ter a ousadia de resignificar as competências socioemocionais. 

Que este artigo levante a questão e estabeleça uma nova cultura no processo de educação de seu município ou escola. Pode ter uma certeza, tudo que é combinado não é caro, e, quando não combinamos, em especial na educação, todos pagam um alto preço.

Estou aguardando seu convite para contribuir em seu projeto de educação!

Múcio Morais

PALESTRAS E WORKSHOPS PARA EDUCAÇÃO;

Conheça o "Programa Ressignificando as Competências Socioemocionais"; Aplicável em escolas (individualmente) e municípios (Como um Projeto de Educação); 

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