Embora tenhamos um ótimo
planejamento, faze-lo sem a presença dos Pais e alunos é o mesmo que ensaiar a
metade do elenco de uma peça e querer que na apresentação tudo saia
perfeitamente conforme o roteiro, isso não vai acontecer. Mas é assim que fazemos a cada ano letivo.
Consequentemente, os velhos problemas irão
aparecer, as questões mal resolvidas estarão de novo atormentando professores e
gestores, medidas velhas e novas na disciplina e resolução de problemas estarão
pairando sobre as cabeças pensantes da escola, e, sabe o motivo?
É que não temos protocolos
tratados logo no início do ano, não colocamos os “pingos nos is” definindo com
clareza o papel de cada ator na educação e nos limitamos ao corpo técnico da
escola, mas convenhamos, os maiores problemas não estão no corpo técnico, mas
nos “clientes em geral” são eles que não se preparam adequadamente, não têm uma
visão completa do seu papel, chegam com retalhos de conhecimento, culturas distorcidas de outras escolas, comportamentos estabelecidos e aceitos no passado, abdicam das
responsabilidades na aprendizagem, desconhecem os inúmeros benefícios de suas ações na educação formal dos filhos, "Geralmente os Pais nos enviam passarinhos sem asas e querem que
os ensinemos a voar." (Múcio Morais).
Pais precisam escutar e discutir
seu papel, suas responsabilidades pedagógicas, educacionais, comportamentais,
e, entender que o maior agente de educação é a família, quando esta funciona
geralmente temos um ótimo aluno,
motivado por valores e crenças saudáveis, disciplinado, com foco, estável e com um estado de
espírito adequado para aprender.
E os alunos? Precisam de um
protocolo?
Obviamente que sim, também precisamos tratar com os alunos, dar a eles um norte, muitos alunos passam anos perdidos na escola com uma vida estudantil medíocre ou mesmo aparentemente bem sucedida, porém com as razões erradas.
Eles precisam saber o que se espera deles, ter uma identidade escolar, entender a diferença entre aluno e estudante e os momentos que terão que desempenhar cada papel, muitos não sabem como aprender, desconhecem as técnicas mínimas de aprendizagem e fixação de conteúdos, passam um verdadeiro sufoco.
Nossos alunos também precisam saber
sobre comportamento, o valor do outro, autoridade, generosidade, nobreza, enfim,
alunos sem um norte educacional formam um ambiente de múltiplos comportamentos
e costumam interferir negativamente no clima organizacional da escola.
Mas, voltando ao tema, é preciso lidar com estes problemas recorrentes na educação a cada início de ano letivo e ao longo deste manter um processo que lembre Pais e Alunos de suas atribuições, eu sugiro um manual a ser entregue na matrícula com um capítulo destinado a cada ator deste processo.
E ainda, todos deveriam assinar um compromisso, claro que de maneira informal, mas sim, deveríamos lidar a cada início de ano com estas questões e deixar bem claro o que será cobrado e esperado. Obviamente ao longo do ano precisamos ter momentos para relembrar a todas as partes e ter a ousadia de resignificar as competências socioemocionais.
Que este artigo levante a questão
e estabeleça uma nova cultura no processo de educação de seu município ou
escola. Pode ter uma certeza, tudo que é combinado não é caro, e, quando não
combinamos, em especial na educação, todos pagam um alto preço.
Estou aguardando seu convite para
contribuir em seu projeto de educação!
Múcio Morais
PALESTRAS E WORKSHOPS PARA EDUCAÇÃO;
Conheça o "Programa Ressignificando as Competências Socioemocionais"; Aplicável em escolas (individualmente) e municípios (Como um Projeto de Educação);