O que os professores devem saber para ajudar alunos com suspeita de automutilação! Múcio Morais

O que os professores devem saber para ajudar alunos com suspeita de automutilação!

O corte é uma forma mais comum de autolesão onde adolescentes e pré-adolescentes usam um objeto pontiagudo para marcar, cortar ou raspar propositalmente.

Na maioria das vezes, eles se cortam nos pulsos, antebraços, coxas ou barriga. Mas também podem queimar, arranhar ou bater em si; bater a cabeça; puxar os cabelos; beliscar a pele; perfurar sua pele com agulhas ou objetos pontiagudos; ou inserir objetos sob sua pele.

Essas geralmente não são tentativas de suicídio, mas as pessoas que se automutilam são mais propensas a tentar suicídio, considerando uma não resolução do problema naquela fase, mesmo quando o suicídio não é o objetivo.

A automutilação pode causar lesões graves e tornar-se um problema adicional agravado por infecções, inflamações e possibilidades de contaminação por falta de assepsia no objeto cortante.  

Cortes e outras autolesões podem ser um sinal de sofrimento emocional. Os adolescentes de mutilam por muitas razões diferentes:

  • A maioria luta com emoções poderosas e o corte lhes dá uma sensação de alívio, desvia irracionalmente o foco da dor da mente para o corpo, uma tentativa de mudar a dor de lugar.
  • A automutilação fornece uma sensação de controle sobre outras coisas que os adolescentes não podem controlar.
  • Pode começar como um comportamento impulsivo, mas dificulta-se parar quanto mais o fazem.
  • Alguns também lutam com outros impulsos, obsessões ou compulsões de Comportamentos.
  • Pessoas que se autolesionam são mais propensas a ter problemas de saúde mental, como depressão, ansiedade, TEPT (A criança tem dificuldade em controlar suas reações, o que resulta em comportamento imprudente ou ataques de raiva. A criança pode ter dificuldade em relaxar, adormecer ou se concentrar.).ou transtornos alimentares.
  • Pessoas que cortam tendem a dizer que estão insatisfeitas consigo mesmas e podem ser muito autocríticas.
  • No caso de pré-adolescentes e adolescentes geralmente existe uma insatisfação generalizada e inconsistente, desde a insatisfação com o próprio corpo, aparência, incapacidade de aprender, falta de popularidade, ambiente familiar, sentimento de culpa pelos problemas dos Pais.
  • Ainda existe a questão da baixa autoestima, sentimento de incapacidade e falta de mérito, desejo ou necessidade de atenção, ser apreciado, reconhecido.
  • Sentimento de não fazer parte.
  • Sensação de solidão, abandono, quer por amigos ou familiares.
  • Em todos os casos existem um fator de comunicação embutido na automutilação, alguém quer dizer algo, e, possivelmente, já houve outros tipos de tentativas até chegar a este ponto.

Os alunos ainda podem:

  • esconder marcas em seu corpo e, se as marcas forem notadas, arranjar desculpas para elas;
  • Isolar-se na escola;
  • Ter comportamento estranho tal como usar blusas de manga comprida e/ou capuz mesmo em tempos de calor;
  • Menosprezar as aulas, ter uma atitude de desinteresse velado;
  • Andar em grupos com comportamentos suspeitos;
  • Parecer deprimido, ansioso ou sobrecarregado, e ficar irritado ou chateado se confrontado sobre a automutilação
  • se sair mal na escola ou parece socialmente isolado
  • abuso de drogas e álcool

O que os professores podem fazer

Para muitos adolescentes e pré-adolescentes, o corte e outros tipos de automutilação são um sinal de que estão lidando com sofrimento emocional ou doença mental. Enquanto alguns adolescentes chamam a atenção para seus cortes ou ferimentos, outros os escondem por vergonha. Muitos adolescentes cortam ou se autolesionam por um longo tempo antes que alguém saiba.

Se você suspeitar que seu aluno está cortando ou fazendo outra automutilação, fale com um coordenador ou equipe de crise designada (Um grupo treinado e delegado para atuar nas crises comportamentais da escola). Adolescentes que se autolesionam devem ser encaminhados com urgência a especialistas em saúde mental.

Você pode ajudar seus alunos:

  • Fornecendo tempo extra para tarefas de aula e de casa
  • Valorizando a personalidade antes do desempenho
  • Abrindo de maneira responsável suas próprias dificuldades na idade deles e como resolveu;
  • Se mostrando consistente e solidário;
  • Chamando o aluno particularmente para saber “como está”;
  • Ensinando a todos os alunos maneiras saudáveis de lidar com o estresse;
  • Indicando material voltado para as dificuldades dos alunos para servirem como base nas tarefas de casa;
  • Convidando um psicólogo, terapeuta, palestrante comportamental para falar com sua turma;
  • Mantendo o equilíbrio;

Professores e demais profissionais da escola precisam se preparar e estarem atentos a estes fenômenos de natureza física e emocional.

Novos tempos, novos desafios!

Múcio Morais

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