O que quero dizer com isso? Que as capacitações técnicas são
inúteis? SIM, em muitos e muitos casos, ela acontece fora de tempo, sem uma preparação humana adequada e se perde pelos canais da superficialidade, percebo os seguintes grupos
entre os Professores, Coordenadores, e Gestores:
OS INTERESSADOS: Aqueles profissionais que gostam de
aprender, curiosos, instigam positivamente o grupo, inquietos, são criativos e
suas aulas não caem na mesmice, podem até ter limites intelectuais, mas se
viram, querem fazer bem feito, tem orgulho do que fazem e estão moralmente
prontos para receber novos conhecimento e aplica-los, eles acham propósito no
que aprendem e estão sempre ansiosos para ver os resultados, já saem da formação
com planejamento e direcionamento prontos. As personalidades deste grupo são
bem variadas, desde o animado e histérico até o reflexivo e sério.
OS INDIFERENTRES: Aqueles profissionais que não entendem e
nem desejam crescimento, apenas estão presentes, assinam a chamada e seguem em
frente, acham parte do que foi ensinado absurdo ou de difícil aplicação,
demostram uma certa empáfia com o(s) Instrutor(s) e Palestrante(s); São mornos
e de pouca iniciativa, perderam a missão, a visão e o propósito, estão
cansados, enfarados, enjoados.
OS AGRUPADOS: Aqueles que participam das capacitações em “grupinhos”
geralmente tem um influenciador que distrai os demais do conteúdo e do “espírito
do conteúdo” dificilmente irão discutir a aplicação das metodologias após o
evento, salvo em alguma reunia pedagógica onde forem inquiridos; O entendimento
dos propósitos de novos conhecimentos só será aceito se atender alguma
dificuldade específica do grupo;
OS INSOLENTES: Revoltados com algum procedimento da
Secretaria de Educação, se colocam nas formações como sindicatos, instigam,
menosprezam, e, tendo oportunidade tentam demonstrar a insignificância da
formação diante do “grande dilema” que estão vivendo, mas quem disse que a
educação terão em qualquer tempo um momento sequer sem dilemas? Profissionais
assim são apenas “funcionários” não entendem o sentido moral da missão de
educar, demonstram insatisfação e despropósito diante do público mais sensível,
os alunos.
OS FESTEIROS: Confesso que gosto muito deste grupo, são
superficiais, se gabam de seus defeitos, influenciáveis, carismáticos e
animados. Sem este grupo nenhuma capacitação será um sucesso total, se bem
controlados pelos Instrutores e Palestrantes, fazem a festa, trazem animação e
alegria, associam processos e métodos a situações corriqueiras, têm presença de
espírito e com algum esforço podem reter e praticar o que aprenderam, alguns demonstram
visão do que fazem outros fazem somente porque gostam, mas emoção positiva não
falta, sabendo utilizá-los, a educação só tem a ganhar.
Estes grupos não se manifestam somente nos eventos de
formação, eles já existem e apenas se agregam, mas o que importa é o nível de
aproveitamento que as formações terão, qual o impacto de um novo conhecimento
ou uma nova tecnologia de ensino? Temo que nesse ponto tenhamos uma perda
enorme, não sei estimar, mas me arriscaria em mais de 70% de perda, sim, nem
metade do que foi ensinado é transferido aos alunos. Isso me parece óbvio ao
constatar a inércia ou evoluções mínimas e pontuais na aprendizagem.
Percebo claramente a presença de crenças ultrapassadas e sem cabimento, tais como aluno atrasado, aluno fraco, turma difícil e por aí vai, situações que persistem pela falta de assimilação de práticas pedagógicas ensinadas e não aprendidas, por que? Porque atende ao interesse do Professor relapso. melhor continuar culpando os alunos.
Se capacitar tecnicamente só resolve para 30% dos professores e gestores, onde está o problema?
ONDE ESTÁ O PROBLEMA?
Posso oferecer com base em minha experiência de outros colegas
com os quais partilho conhecimento, algumas constatações para responder a
esta questão;
1. A baixa formação ética e moral de nossos profissionais de educação, entendamos que sem ver propósito no que se coloca diante de alguém, dificilmente esta pessoa irá aprender e processar a prática. Falta entendimento da missão “educar” falta nobreza (que, a despeito de todos os riscos e perigos, age ou pensa desinteressadamente com vistas a servir alguém ou a encarnar um ideal;) A ausência deste valor transforma Professores em empregados e o Brasil vira somente o quintal de casa.
2. Os baixos padrões de espiritualidade e entendimento dos processos de vida; (quem não transcende ao que pode ver, não pode ensinar o que não ver, Múcio Morais.).
3. A incapacidade de lidar com o autoconhecimento e buscar desenvolvimento; (Chega um tempo em que precisamos conhecer melhor o nosso outro lado, o de dentro. É lá que repousam nossas verdades, Simone Marçal.).
4. A desordem e incapacidade de administrar e manter a própria vida em equilíbrio; (Eu descobri que sempre tenho escolhas. E muitas vezes, trata-se apenas de uma atitude.).
5. A falta de padrões emocionais para lidar com as diversas situações da vida;
6. A ausência de crenças e valores sólidos; A relatividade baseada em interesse; (A moral consiste em fazer prevalecer os instintos simpáticos sobre os impulsos egoístas. Auguste Comte)
7. Falta de foco e como resultado a falta de excelência;
8. A falta de revisão nas motivações originais para a escolha do trabalho com a educação;
9. A manifestação de problemas mentais e emocionais sem a devida atenção;
10 A falta de prática de desenvolvimento pessoal;
Nesta avaliação básica percebe-se claramente que a questão da conscientização para o desenvolvimento humano norteia todo o processo, entendamos algo de suma importância, formar tecnicamente é simples, basta insistir, monitorar, praticar, mas formar humanamente é muito mais desafiador. Não adianta formar tecnicamente se não existe combustível moral, espiritual e intelectual para que exista congruência na prática docente em todos os seus aspectos dentro de fora de sala de aula. Formar sem preparar humanamente é investimento prejudicado, sem preparar devidamente a forma colocando a massa precipitadamente o bolo vai agarrar ao funcho e queimar, é assim que percebo o processo de desenvolvimento da equipe de educação.
Minha atuação é humana basicamente, embora tenhamos formações voltadas para a neuroeducação, passo seguinte à preparação humana, sugiro um programa de desenvolvimento pessoal, um trabalho na mudança de visão e comportamento, este processo deve ter uma duração razoável, não basta uma palestra um uma formação de poucas horas, é necessário tempo e acompanhamento.
Este processo trará propósito às
atualizações e formações técnico-pedagógicas, fazendo com que sejam
incorporadas e aplicadas com coração e método.
Outra sugestão é que esse programa seja estendido aos Pais e alunos, uma ação abrangente e direcionada à formação geral de uma sociedade melhor.
NOSSO PROGRAMA É SIMPLES, ATINGINDO OS PRINCIPAIS ATORES DA EDUCAÇÃO
1. ESCOLA DE PROFESSORES
2. ESCOLA DE GESTORES
3. ESCOLA DE PAIS
4. ESCOLA DE JOVENS
5. ESCOLA DE ASSISTENTES E COOPERADORES
6. ESCOLA DE ADMINISTRADORES (SEMED E SEDUC)
Desta forma buscamos atingir todos os envolvidos na educação, criando um mutirão de desenvolvimento e uma parceria Secretaria / Escola / Sociedade / esta programação deve ser "continuada" para que se possa avaliar o desempenho e as melhorias nos diversos índices e mesmo naquelas questões onde não se tem um modelo constituído de acompanhamento.
Grande Abraço,
Múcio Morais
PALESTRAS
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ANOS ATUANDO NA EDUCAÇÃO!