Antes de rotularmos com uma ou mais patologias os nossos alunos, devemos entender que estes alunos sofrem de uma “patologia comum à todos os seres humanos” SÃO CRIANÇAS, imaturas, desatentas, agitadas, confusas, irritadas e irritantes, com tendência a rebeldia, com dificuldade de adaptação ao novo processo de aprendizagem...
Sim isso mesmo, há alguns dias elas aprendiam observando os pais e as pessoas de sua convivência, agora, elas estão sentadas em uma cadeira, com uma pessoa “diferente” falando, escrevendo, com um tom de voz diferente, com vocabulário diferente, atitudes diferentes e nós ainda achamos que o problema é com "o aluno." NÃO É!
A CRIANÇA É TIRADA DE SUA FORMA DE APRENDIZAGEM NATURAL E TRANSPORTADA A UMA METODOLOGIA ALIENÍGENA E INADEQUADA, E NÓS, SEQUER LHE DAMOS INDICAÇÕES E TEMPO PARA REAPRENDER A APRENDER DE NOVO, E, PARA COMPLETAR, A CHAMAMOS DE DOENTE. (Múcio Morais, Os 100 maiores mitos da educação, seminário Educação e saber, e-book set, 2002)
Imagine você tendo que mudar completamente sua vida, sua
alimentação, seus hábitos, seus amigos, sua convivência, sua rotina, seu
ambiente, sua comunicação e ainda ser cobrado por não ter um desenvolvimento
adequado em sua nova vida? Este é o seu aluno! (*Múcio Morais)
Acredito que mais da metade dos diagnósticos de patologias
voltadas para a educação, estão completamente errados, nem TDA, TDAH, Autismo,
etc etc. O diagnóstico correto deveria ser: CRIANÇA.
E... Queremos dar a elas um rótulo com uma patologia mental
grave, hoje temos mais autistas, disléxicos, TDAHs, TDAs, discalculias,
disgráficos, do que em toda história da humanidade, mas porquê? Respondo,
porque é o caminho mais fácil para explicarmos nossa incompetência na educação
básica, nossa incapacidade de atingir a todas as inteligências, nossa preguiça
em avançar nos processos de ensino, alguns professores tem cadernos com o mesmo
plano de aula por mais de 10 anos, mas nesses anos o mundo mudou demais, mas a
aula é a mesma.
Mas, existem as patologias? Sim existem, mas podem ser
tratadas, controladas e representarem muito menos transtornos na educação do
que estamos assistindo no momento.
Outra constatação grave é a de que não podemos entender as
diferenças entre as pessoas, somos diferentes em habilidades, processos de
aprendizagem, visão de mundo, percepção de si mesmo e do outro, reações,
educação emocional, padrões de convivência e por ai vai.
Não formaremos um batalhão de soldadinhos de chumbo, com a
mesma composição, uniformizados, iguaizinhos, estamos formando indivíduos,
pessoas diferentes e que crescerão diferentes. A diferença é uma maneira de
excluir se esta vier de cima pra baixo. Do melhor para o pior. Nossa avaliação
precisa se adaptar às pessoas e não ao contrário. Alguém pode ser muito melhor
hoje do que era ontem com base em si mesmo, mas pode ser pior hoje se comparado
com a coletividade de ontem. Cada criança é diferente e será um ser humano
diferente, chega de neuras na educação. Faça o seu trabalho bem feito e estes
tabus caem por terra.
É preciso lidar com as diferenças de “pontos fracos” dos
alunos com uma visão holística, de forma panorâmica, ou seja, como um todo e
não de maneira desmembrada. Quando enxergamos assim, a criança passa a ser
parte e não uma aberração.
Esta visão precisa chegar também em casa, pais que são
estimulados a verem seus filhos como "especiais" acabam por criar um
mundo de bob, viajando por cenários sem sentido e fantasiosos, isso fragiliza e
vitimiza a criança, enfraquecendo os processos de auto iniciativa, oferecendo
uma zona de conforto que não é saudável. Também com esta visão interferimos no
ambiente familiar e passamos a expor a criança aos mais diversos comentários e
preconceitos dentro do círculo parental, amigos, vizinhos... Tudo precisa de
equilíbrio. inclusive a relação legítima com uma patologia.
Professores precisam entender que para ensinar é preciso
entrar no mundo da criança, ser professor é ser um viajante e conhecer novos
mundo, novas civilizações, novos modelos de pensar, assimilando e aprendendo, o
professor de verdade é um explorador, não um repetidor de fatos, um audacioso
viajante que não teme o desconhecido,
que pode chegar e conhecer o mundo de seu aluno profundamente, onde ninguém
jamais esteve.
Boa viagem! Múcio
Morais
PALESTRA E WORKSHOP VOLTADAS PARA DIAGNÓSTICOS DE PATOLOGIAS
EDUCACIONAIS; TEMAS ESPECÍFICOS, AVALIAÇÕES E OUTROS.
PALESTRA/WORKSHOP - PATOLOGIA CRIANÇA; 7 CAMINHOS PARA LIDAR
COM ALUNOS ESPECIAIS; COMO MINIMIZAR PATOLOGIAS DIAGNOSTICADAS? ENSINANDO PARA
AUTISTAS; GESTÃO DE APRENDIZAGEM PARA ALUNOS ESPECIAIS; O PROFESSOR ESPECIAL;
PROFESSOR, O CRIADOR DE METODOLOGIAS;