Agora, como se escuta a todo momento no mundo do imediato, esta expectativa do rápido e super eficaz está conseguindo se estabelecer em nossos comportamentos, tudo é pra ontem, com um clique, com um simples toque na tela.
Nesta semana chamei o serviço de manutenção de minha
provedora de internet, a proposta é 200MB de velocidade, mas estava chegando
apenas 120MB, liguei cobrando, imegine só isso, 120MB é bem mais do que
preciso, consigo trabalhar bem, tenho uma relação amigável com a internet e não
sou do tipo “um clique e tudo acontece”, acostumei-me a pensar, pesquisar,
chegar a demoradas conclusões por empirismo observatório, enfim, lá estava eu
reclamando da velocidade da internet. A coisa está impregnada mesmo.
E o que esta cultura do Clique nos traz? Sem dúvidas uma
geração do imediatismo, que realmente acredita que em tudo existe a
inteligência virtual e basta tocar a tela e pronto, mas não refletem, por serem
induzidos a verem o mundo assim, sobre a necessidade de perceber e dividir
pessoas, máquinas e processos profissionais, para a nova geração é tudo a mesma
coisa, tenho jovens na família e eles estão sempre trazendo soluções para
coisas que nós não temos como problema.
Outro comportamento é a dificuldade de entender os processos
de decisão, julgamento e avaliação dos mais velhos, esta geração tem a precipitação
como ferramenta para estas situações, confunde a espera com a ineficácia, são
rápidos para se expressarem e mostrar o lado certo da coisa, na verdade, a
imaturidade é bem ressaltada por esta cultura do imediato, uma confusão entre o
cibernético e o humano. E, este comportamento tem recebido o nome de
precocidade, eficácia, prodígio, competência e outros adjetivos que fazem o
tolo parecer um sábio tagarelando. Mas devido à fragilidade emocional desta
geração, dificilmente poderá ser corrigido, redirecionado.
A Cultura do imediato está fazendo um estrago no processo de
desenvolvimento emocional de nossas crianças e adolescentes, podemos claramente
enxergar como parte significativa de nossa sociedade tende a querer construir a
vida em forma de jato, como bem compôs Lupcínio Rodrigues:
Esses moços
Pobres moços
Ah! Se soubessem o que eu sei
Não amavam,
Não passavam,
Aquilo que eu já passei,
Por meus olhos, por meus sonhos,
Por meu sangue, tudo enfim,
É que eu peço,
A esses moços,
Que acreditem em mim.
Se eles julgam
Que a um lindo futuro
Só o amor nesta vida conduz,
Saibam que deixam o céu por ser escuro
E vão ao inferno à procura de luz...
Eu também tive nos meus belos dias,
Esta mania e muito me custou,
Pois só as mágoas
Que eu trago hoje em dia,
E estas rugas que o amor me deixou.
Compositore: Lupicínio Rodrigues
Se você é moço, acredite, cada coisa tem o seu lugar, não
exija a velocidade das máquinas nas pessoas, nas soluções, a vida não funciona
bem assim garoto, pega leve, a humanidade tem um berço filosófico bem rico, não
queira mudar isso com Bits e Gigas, não funciona, pode acreditar.
E Você que já não é tão moço, está na hora de acelerar um
pouco, estudar mais, entender mais, sair do lugar comum “sempre foi assim” isso
já era. Começa e reconstruir, refazer e se posicionar com mais sabedoria e
menos pseudo autoridade. É porque é, não cola mais, procure explicações ou pelo
menos alguma indicação sensata para suas ações, síndrome de Gabriela já era.
Fico por aqui!
Múcio Morais
PALESTRAS ¨ WORKSHOPS ¨ STANDUPS ¨ PARA CONGRESSOS DE
FAMÍLIA, PAIS E FILHOS, EVENTOS PARA UNIVERSIDADES E JUVENTUDE EM GERAL.