por Múcio Morais
Múcio Morais – Palestrante Motivacional – www.muciomorais.com – Tel. 31 993897951 Atendimento em todo o Brasil! Realizo palestras voltadas para empreendedorismo, motivação, ambiente, vendas e temas relacionados ao desenvolvimento humano.
Esta semana estamos entrevistando candidatos a algumas funções em nossa empresa, tive a oportunidade de conversar com diversas personalidades, profissionais com diversas formações e origens, incrível ver como a humanidade é rica em diversidade, mas ao mesmo tempo perceber como alguns dogmas coletivos aprisionam a mente das pessoas, gerações inteiras são influenciadas por crenças disseminadas e consagradas pelo uso, dentre várias crenças comuns, uma em especial me chamou a atenção: A crença do “Salário fixo”.
UMA EXPLICAÇÃO
Com o passar do tempo nossa equipe percebeu que a melhor relação jurídica/trabalhista com nosso modelo de negócio é o da empresa individual, ou seja, tenho diversos empreendedores trabalhando comigo, trabalham com muito mais motivação e entusiasmo, são muito mais criativos e responsáveis, visam o sucesso e não abrem mão dele, ao mesmo tempo têm melhor remuneração e respondem ao sistema tributário por sua própria conta, isso tem sido uma das receitas de sucesso em nosso empreendimento. Ninguém é empregado, todos são empresários.
A ENTREVISTA
Após uma avaliação e seleção preliminar, recebi alguns jovens candidatos (já profissionais) para a entrevista, gosto de conhecer os candidatos antes de dar seqüência ao processo. Após alguns minutos de conversa, tento extrair deles sua percepção e disposição para empreender, busco perceber quanta energia está reservada para esta tarefa. Considero a vontade e a determinação tão importantes quanto o currículo.
SALÁRIO FIXO – UM PENSAMENTO VÍRUS COLETIVO?
Em 80% dos entrevistados houve este questionamento quando tratei da questão remuneratória, “Olha Prof. Múcio, eu preciso de um salário fixo, tenho muitos compromissos assumidos...” Vi que muito mais do que uma necessidade, esta posição identifica uma sensação comum de segurança, também uma forma de se garantir o “mínimo” mas contando também com a possibilidade de se fazer e conquistar o mínimo. A coisa é mais ou menos assim: Bem, se eu não conseguir atingir os objetivos, pelo menos terei o meu garantido! Uma pré-disposição mental para a não realização, ou seja, a corrida já começa com o freio de mão puxado. Pelo menos aqui em nossa empresa, prefiro não contratar pessoas com este perfil.
A RESPOSTA
Depois de escutar, sempre com muito respeito e carinho, as solicitações de garantias dos candidatos, reservo ainda uma carta na manga, que chamo de cartada da grande chance. Digo ao candidato o seguinte: Olha, vou te fazer uma proposta, na verdade um desafio, e você poderá ter o salário que sempre sonhou, trabalhe conosco por um mês como “free lancer” (faremos todos os procedimentos legais) mostre o seu valor, prove pra mim que você merece ser bem remunerado, depois venha à minha sala e me diga quanto quer ganhar. Sabe a resposta?
50% Desistem imediatamente com alguma explicação; 20% Dizem já ter passado por esta experiência antes e não querem repetir; 25% Querem pensar, nunca alguém pensou e voltou; 05% Continuam mantendo algum relacionamento com a empresa, rodeando, até desistir definitivamente.
CASE DE SUCESSO – MARCOS, A EXCEÇÃO!
Marcos era um adolescente quando entrou em nossa empresa pela primeira vez, suado, arrepiado, com aparência de quem estava faminto e cansado, trazia debaixo do braço uma sacola com alguns currículos, nada excepcional, falou primeiramente com nossa secretária que tentou dissuadi-lo de falar comigo, na sua avaliação ele não tinha nada a ver com o nosso perfil, se bem que naquela época não tínhamos um perfil bem definido, éramos muito mais empíricos do que exatos. Com insistência ela acabou conseguindo um tempinho e eu o recebi, queria ver o que um jovem tão determinado tinha para nos oferecer, fiquei surpreso, como disse o currículo era bem básico, mas havia algo naquele olhar, uma vontade de vencer, um olhar desafiador e que logo se traduziu em palavras quando o jovem me disse: Seu Múcio, me deixa mostrar do que sou capaz, o senhor não vai se arrepender, e, eu não me arrependi mesmo, aquele garoto, que hoje não esta mais em nossa equipe, é um dos melhores profissionais que já vi atuar, tem seu próprio negócio, é prospero e respeitado, um homem leal, ético e determinado, quando combinamos o salário após alguns dias, eu perguntei a ele o que ele queria ganhar, ele me disse e eu paguei. (foi um risco calculado)
Pelo que sei Marcos nunca mais, depois de seu período de experiência, recebeu salário fixo, mas também nunca foi mal remunerado. Sua energia e determinação construíam sua remuneração. Enquanto esteve conosco, passou de funções operacionais internas para funções executivas de negociação e vendas, treinou novos colegas, usou a própria história como modelo de sucesso.
O perfil da área comercial está muito mais voltado para empreendedorismo, risco, confiança, determinação, coragem, ousadia e outras referências de personalidade neste sentido. A questão não é pagar o tal “Salário fixo”, o problema é o que vem embutido neste pensamento. Especialmente na área comercial esta posição deve trazer reflexão ao contratante.
Sucesso a todos!
Múcio Morais – Palestrante Motivacional – www.muciomorais.com – Tel. 31 993897951 – Atendimento em todo o Brasil! Realizo palestras voltadas para empreendedorismo, motivação, ambiente, vendas e temas relacionados ao desenvolvimento humano.