O primeiro passo para isso, após levar em conta o
referencial curricular, é apresentar para as escolas da rede as novas
diretrizes, as possibilidades de adaptações, os processos e objetivos, a própria reengenharia educacional e pessoal.
Trata-se para os próximos anos de um desafio nacional, uma vez que a maioria das redes brasileiras vai colocar a Base em prática, de fato. Por isso, a apresentação dos currículos deve ser feita estrategicamente, com comunicação direta e sem ruídos. É fundamental que a secretaria e suas equipes técnicas destaquem no calendário momentos para aprofundar o documento e pontuar as novas indicações previstas nele. “Isso servirá para evitar que os professores façam mais do mesmo.
É crucial que eles estejam apropriados dessas mudanças e dos desafios
para eles e para os gestores, para conduzir esse processo,
é necessário que os profissionais das secretarias conheçam bem a BNCC e também
os currículos estaduais e municipais que foram adaptados para se alinharem a ela.
Também é papel da equipe técnica fazer um diagnóstico das
forças e fragilidades da rede (SWOT) e empenhar esforços formativos nas áreas em que
se sentem mais fragilizados. “É importante que essas formações não comecem do
marco zero, pois nenhuma rede está neste ponto, cada uma tem sua história e seu
caminhar”.
Diante do desafio, é essencial elaborar um plano formativo, com um cronograma que estenda as discussões para além daquelas que começam no início do ano.“As equipes técnicas devem garantir discussões permanentes, afinal, esse é um trabalho de continuidade”, Ao mesmo tempo, apenas "incluir" velhos temas, processos e conteúdos em novas embalagens, é o mesmo que fazer o que disse Jesus Cristo em Lucas 5:37-39 Ninguém põe vinho novo em odres velhos, se assim o fizer, rompem-se os odres e o vinho se perde. A NBCC não é apenas um acréscimo, ela é a possibilidade de mexermos em todas as ações da educação.
Como se
preparar para conduzir essa discussão
Agora é hora de avançar nos debates para auxiliar os professores a entenderem como efetivamente levar os currículos para a sala de aula. “Chegamos a uma etapa em que paramos de discutir sobre a BNCC e o que os alunos devem aprender. Isso tudo já foi definido. A riqueza da discussão agora está em como eles vão aprender”, São conversas sobre estratégias, com debates pautados em três dimensões específicas do trabalho do docente: planejamento, ensino e avaliação.
“O começo do ano letivo é a hora de reafirmar junto aos
professores e gestores que os currículos precisam induzir mudanças de práticas.
É um momento ímpar para gerar transformações de grande escala na maneira como o
professor encara seu trabalho na escola”.
Para ajudar
as secretarias e suas equipes técnicas, elencamos 10 dicas para começar dialogando com as unidades de
ensino de sua rede. Confira a seguir.
1 – Faça um
diagnóstico da rede frente às demandas da BNCC e do currículo estadual;
2 – Organize
a implementação do currículo numa perspectiva formativa e contínua ao longo de
todo o ano letivo. Para isso, a formação continuada também deve ser pensada e
discutida;
3 - Use o
início do ano letivo para apresentar o novo currículo e enfatizar as mudanças
pedagógicas que ele traz para o professor;
4 - Alinhe
os documentos curriculares da rede às premissas normativas da BNCC e do
currículo estadual;
5 - Envolva
todos os atores chave da escola (incluindo o diretor e o coordenador
pedagógico) na implementação do currículo;
6 - Convide
toda a comunidade de aprendizagem para participar desse movimento de
implementação, de maneira que todos os atores (equipe técnica, gestores,
professores, demais profissionais de educação, estudantes e famílias) se vejam
representados e se engajem nas ações, implementando-as;
7 - Garanta
momentos formativos na escola durante o ano letivo para que os professores
estudem o novo currículo;
8 -
Considere a educação integral e como os professores podem desenvolver as 10
competências gerais da BNCC em articulação com os diferentes componentes
curriculares;
9 -
Preparem-se para monitorar o uso do currículo nas escolas ao longo do ano,
mapeando as dificuldades e oferecendo suporte aos professores por meio de
materiais de apoio ou formações;
10 – Dê
continuidade aos momentos de ação - reflexão - ação para constante
aprimoramento e alinhamento da prática.