Estava observando um embate de dois comentaristas esportivos nesta semana, eu só queria saber a agenda esportiva, mais nada; Tive que escutar uns 20 minutos de conversa puramente emocional e tentativas de diminuir a opinião do outro, que, a cada frase devolvia imediatamente com um insulto ou argumento carregado de raiva e insensatez, valeu tudo, ofensas, descrédito, futilidades, bravatas, um triste espetáculo.
Um triste modelo de comunicação,
mais que isso, um triste modelo de relacionamento onde o que importa é “TER
RAZÃO” e isso importa tanto que supera qualquer cuidado com outro ser humano.
Vejo esse modelo estabelecido em diversas instâncias da vida social, nas
famílias, empresas e nas diversas relações do dia a dia.
Mas será que “TER RAZÃO” é algo
tão importante assim? O que este comportamento revela? Analisando
superficialmente percebo que pessoas que têm este comportamento são carentes em
sua autoestima, o que nos leva a considerar que temos uma maioria de pessoas
nessa condição, verdade, temos mesmo. Pessoas massageando o próprio ego
buscando a aprovação ou mesmo a rendição do outro. Isso é no mínimo irracional,
como alguém pode sentir-se bem vendo o outro rendido? Exceto nas guerras, e é o
que parecem estar se tornando as nossas relações.
Na busca de “ESTAR COM A RAZÃO”
também percebo certa impaciência em ouvir, ponderar e analisar o que o outro
comunicou, a opinião, experiência ou conhecimentos do outro não significam
absolutamente nada diante da possibilidade de “EU PERDER A RAZÃO”;
É um jogo de insistência até
subjugar e dominar.
A Falta de percepção da
individualidade do outro, do modelo de personalidade e motivadores de
comportamento de cada um faz com que algumas pessoas se sintam “PADRÕES”, sim,
isso mesmo, algumas pessoas se comportam como se fosse “PADRÃO” de pensamento e
comportamento, em sua linguagem corporal são sempre altivos e assumem postura
de superioridade, gostam de utilizar expressões como: A Verdade é a seguinte...
A Realidade é esta... A Solução é... A Única saída é... Eu tenho a resposta...
Se vocês me escutarem eu... E outras pérolas da arrogância e pedantismo humano,
joias que todos nós ostentamos vez ou outra em nossos momentos “Rolo
Compressor”.
“TER RAZÃO” Deveria fazer tanta
diferença assim? É mesmo tão importante “TER RAZÃO”?
Minha resposta é NÃO, exceto em
situações muito sensíveis, graves e decisivas, “TER RAZÃO” não deveria
significar tanto assim. Existem várias maneiras de se fazer a mesma coisa,
existem várias soluções para o mesmo problema, existem vários caminhos para se
chegar a algum lugar, existem possibilidades, escolhas, opções, enfim uma
variedade de percepções e respostas que o ser humano pode dar aos seus dilemas
diários em todos os níveis. Todos podem ter razão ou ninguém pode estar com
ela. O que importa não seria a solução da questão seja ela qual for? E a melhor
solução não seria aquela que gera paz, tranqüilidade e satisfação ainda que em
parte?
Não “TER RAZÃO” deve ser uma
escolha, uma opção interior de altruísmo, pode ainda proporcionar crescimento
as pessoas e deixar para mais tarde o reconhecimento de sua sabedoria ou
experiência, deixe as pessoas errarem ou acertarem. Você poderá ser
surpreendido com uma maneira diferente e melhor para lidar com aquela situação,
você pode aprender não tendo “RAZÃO”; Exercitando o entendimento e a
valorização do “jeito do outro”, tornando-se mais humano e amável. Aprenda a
ouvir e a valorizar o que escuta.
Considere uma situação de vida,
em pouquíssimo tempo, talvez minutos, qualquer opinião não fará a menor
diferença, muitas coisas serão como tem que ser. São resultados de escolhas, do
tempo, da condição emocional, da gestão na economia, da vontade das pessoas,
dos eventos espirituais não conhecidos ou dominados por nós simples mortais...
“TER RAZÃO?” não parece muito importante agora não é?
Sucesso a todos! Múcio Morais
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