COMPULSIVIDADE - É possível ter uma vida equilibrada - Múcio Morais


Distúrbio Obsessivo Compulsivo ou Transtorno Obsessivo Compulsivo (DOC, TOC), Sexo Compulsivo, Jogo Compulsivo, Colecionismo, Compras Compulsivas, Dismorfia Corporal, Dismorfobia, Cleptomania.

Para ter uma vida equilibrada - Transtorno Obsessivo Compulsivo

As pessoas obsessivas, detalhistas, perfeccionistas tem grandes qualidades: costumam ser trabalhadoras, competentes e confiáveis. Aqui estamos falando de uma doença em que essas características atrapalham a vida da pessoa. Ou seja, deixam de ser uma qualidade e passam a ser um problema.

1) Sintomas:

O DOC se caracteriza basicamente pela repetição de gestos, rituais, pensamentos e atividades que a pessoa sabe que não fazem sentido, mas que não consegue evitar.

Se não executá-los passa por uma ansiedade brutal ou acha que poderá acontecer algo de ruim para si ou para outras pessoas.

Uma das características principais é que a pessoa tem consciência de que os rituais ou pensamentos não tem lógica, não são necessários porém são inevitáveis.

Quando conta para alguém, às vezes até dá risada do absurdo, outras vezes tem medo de ser rotulada como louca, mas no instante em que o DOC "ataca", toda a lógica cai por terra e a pessoa se comporta como se fosse escrava dele.

Os sintomas podem ser os mais variados. Por exemplo:

Lavar as mãos muito mais do que o necessário.

Lavar a boca com água, sabão, álcool, etc.

Voltar para conferir portas, janelas, bico de gás, etc., mesmo tendo certeza que estão fechados.

Rezar, recitar, falar ou pensar em frases, palavras ou músicas de modo repetido.

Não pegar em objetos que poderiam ter caído no chão, ou tocado em algo sujo, ou terem sido tocados por alguma pessoa que poderia ter alguma doença.

Ficar se remoendo por ter feito algo que pode ter sido errado ou que poderia ter sido interpretado pelos outros como sendo errado.

Roer unhas.

Levar tempo demais para fazer coisas comuns, devido à repetição ou conferência exageradas (por exemplo abrir e fechar coisas repetidamente, conferir papéis e documentos muitas vezes).

Ficar se preocupando com a possibilidade dela ou de um familiar ter pego alguma doença (hoje em dia a cisma mais freqüente é de estar contaminado com AIDS).

Ele pode se manifestar com mais intensidade em fases ou situações mais difíceis na vida.

Quem sofre de DOC está sujeito a ter fases de Depressão e ataques de ansiedade com sudorese, palpitações e tremor, verdadeiros ataques de pânico, o que é normal e não quer dizer que você sofra de três doenças ao mesmo tempo.

DOC não tem nada a ver com Psicose nem "loucura".

2) Fazem parte do grupo dos Transtornos Obsessivos Compulsivos os seguintes quadros clínicos:

Dismorfofobia ou Dismorfia Corporal, na qual a pessoa acha que alguma parte de seu corpo é feia ou deformada. Muitos pacientes passam por cirurgias plásticas que evidentemente não trazem "resultados" e chegam a se isolar socialmente pela "vergonha".

Cleptomania, na qual a pessoa furta objetos de pequeno valor, os quais poderia comprar. Em geral joga os objetos fora, ou dá para alguém, ou guarda como troféu. O impulso de furtar é precedido por grande ansiedade, posteriormente um alívio.

Sexo Compulsivo.

Jogo Compulsivo e Compras Compulsivas que são tratados de modo bem diferente do TOC.

Colecionismo ou Hoarding: acumular quantidades enormes de papéis, documentos, jornais velhos, objetos, tranqueiras, sem nenhuma utilidade.

Síndrome de Tourette, consiste em ter tiques e cacoetes principalmente com a cabeça, pescoço e mãos, emitir sons pela garganta. Embora faça parte do DOC, seu tratamento é diferente.

3) As causas são um conjunto de fatores:

Alteração de química cerebral

Genéticos

Psicológicos

Com certeza DOC não é causado por "falhas de educação" nem por problemas de relacionamento entre os membros da família. Ou seja, os pais não causam DOC nos filhos.

4) Tratamento:

As pessoas que tem DOC geralmente gostam de falar de doenças e se preocupar com elas, mas não de tomar remédio. Elas se classificam como "hipocondríacos que detestam remédios".

Porém se não for tratado, o DOC pode se tornar crônico e incapacitante. O tratamento mais eficaz consiste em:

Medicação. Não interrompa o tratamento por não sentir melhora nas primeiras semanas. TOC é teimoso, você tem que ser mais teimoso ainda.

Psicoterapia Cognitivo Comportamental, que é bem diferente da Psicoterapia Analítica.

Força de vontade para resistir ao impulso obsessivo.

5) A família pode ajudar:

Insistir no tratamento

Lembrar ao paciente a necessidade dele resistir às "manias".

Não levar a sério os medos, dúvidas e perguntas do paciente. Por exemplo, o paciente quer voltar para casa para conferir se fechou uma porta. Não concorde.

Não entre em discussões por exemplo sobre vírus e bactérias e contaminações, pois elas seriam infinitas.

6) Observações:

A) Algumas vezes o primeiro remédio não produz resultado e tem que ser trocado

B) Mesmo que você já esteja se sentindo bem, não interrompa a medicação. Seu médico deve decidir quando diminuir, interromper ou trocar de medicação. Se o medicamento tiver efeitos colaterais, ele poderá ser trocado por outro que não traga desconforto. O tratamento do DOC é longo. A recaída em caso de interrupção prematura do tratamento é quase certa.

C) Se os sintomas do DOC voltarem, não quer dizer dependência da medicação, mas sim que ainda não era hora de suspender o tratamento. Os remédios que tratam Transtorno Obsessivo Compulsivo não criam dependência. O DOC é que exige tempo de tratamento longo. O importante é que a qualidade de vida da pessoa melhore.

Sugestão:

Assista ao filme “Melhor Impossível”, com Jack Nicholson e Helen Hunt.

PALESTRA "COMPULSIVDADES" como administrar!


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