Viver sem filosofar, vida perdida - Múcio Morais

Viver sem filosofar é o que se chama ter os olhos fechados sem nunca os haver tentado abrir.

Esta frase de Descartes diz muito sobre uma parcela enorme da humanidade, especialmente no Brasil, onde ainda impera a educação familiar precaríssima e uma cultura de anarquia, estupidez e desinteresse cultural. Nossa educação formal em meu entendimento tem avançado muito, mas não é na escola que se aprende a viver, este é um grande equívoco, quem ensina a viver é a família? Mas e as famílias? Vindas de uma educação urbana da periferia onde a lei do mais forte, do cão, do que grita mais alto e do que aparentemente tem algum poder impera sobre todos os direitos e os escassos deveres.

No asfalto, onde se espera um pouco mais, também encontramos as mesmas leis, com um certo requinte de sofisticação, mas basicamente a mesma, acrescida de preconceito, arrogância, separatismo e um arianismo debochado, sim, porque é um deboche pregar o arianismo em um País mestiço como o Brasil. Esta Elite “educada” com muitas exceções, foi, na verdade “criada” pelas babás, como se cria cavalos ou galinhas, pouco foi feito na educação de verdade, valores, crenças, princípios, comportamentos, etc.; Coisas de Pais que se importam. Uma geração com a “Síndrome do Imperador” está por aí infernizando o mundo.  

“Ninguém se preocupa em ter uma vida virtuosa, mas apenas com quanto tempo poderá viver. Todos podem viver bem, ninguém tem o poder de viver muito”. Sêneca

Gosto desta frase de Sêneca, nosso esforço para viver muito é quase a base de nossas decisões, o que comer, atividades físicas, suplementos, e quanto não estamos nesta onda nos sentimos fora do prumo, a ideia é estar sempre ligado na “vida saudável”, mas e a vida virtuosa, o crescimento humano, o desenvolvimento da espiritualidade, o autoconhecimento, o processo de aceitação e respeito ao outro, o entendimento dos processos da vida, a paz interior alcançada passo a passo à medida que crescemos em nossa compreensão e percepção, onde fica tudo isso?

Se você ainda não percebeu, isso não é uma regra, é exceção, o tempo de vida é a tônica da sociedade, jamais a qualidade no sentido de um ser humano desenvolvido. Para dizer a verdade, uma parte enorme de nossa sociedade sequer entende este princípio, então ainda em cima da árvore, dentro das cavernas frias da ignorância e de lá provavelmente não sairão até o final de seus dias. 

O Problema é que esta turma (em todas as classes sociais, etnias etc.) não fica na Caverna, eles saem por aí distribuindo todo tipo de indelicadezas, desrespeito, arrogância, falta de empatia, ignorância voraz, razão pelo grito, enfim, esta parte da sociedade está primitivamente inserida em um mundo onde não se pode mais viver desta maneira. Aqui só existe lugar para o amor e os melhores gestos, comportamentos e feitos. É isso, a era Neandertal se foi, é momento de acordar e a minha pergunta é: Como fazê-lo?

Campanhas maciças, introdução da filosofia e sociologia “aplicada” no currículo escolar desde a base? Eventos, Palestras, grupos de programas, a educação familiar visitando e levando educação e cultura às famílias, o uso mais eficaz do CRAS e outras ferramentas do SUAS. Enfim, se nossos governantes não acordarem para isso, teremos que continuar construindo presídios e suportando situações que não vão tão longe, mas que perturbam o ambiente das famílias.  

“Apressa-te a viver bem e pensa que cada dia é, por si só, uma vida”. Sêneca, esta é outra das frases de Sêneca que gosto muito, encarar cada dia como uma vida e obviamente este pensamento nos traz no mínimo o dever de viver bem e proporcionar, no que depender de cada um de nós, a melhor vida para o outro, afinal somos companheiros desta curta jornada. Viver bem, esta expressão sem a perspectiva de comunidade tem pouquíssimo significado, viver implica em conviver, é viver com, isso deveria nos colocar na perspectiva de humanizar, espiritualizar e crescer, só vive bem quem convive bem.

Confúcio disse: “Aprende a viver como deves, e saberás morrer bem”. Aprender a viver bem é um dever, um chamado da própria natureza da vida, morrer é um fechamento no mundo material, não se deveria morrer simplesmente, de qualquer maneira, parece-me que este momento traz um balanço final de todos o nosso crescimento, seria bom tem um balanço positivo, pelo menos como um ser que se importou e fez o melhor que pode.

Gosto da frase de Aristóteles quando diz: “A alegria que se tem em pensar e aprender faz-nos pensar e aprender ainda mais”. Vivemos um mundo que precisa desenvolver urgentemente o sentimento de alegria no processo de aprendizagem, em tudo na vida, sentir-se privilegiado em poder pensar, comparar, avaliar, deduzir, acreditar e praticar, uma sociedade que tem esta alegria, é uma sociedade segura em todos os aspectos.

O amor é a única salvação da raça humana!

Abraços a todos! Múcio Morais

PALESTRANTE MÚCIO MORAIS | PALESTRAS E WORKSHOPS MOTIVACIONAIS / COMPORTAMENTAIS |  WhatsApp 031 99389-7951  |  e-mail: muciomorais@GMAIL.com 

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