Já sentiu certo desconforto no convívio com pessoas que devolvem a culpa pra você? Já se sentiu acuado quando tentou mostrar uma situação e o outro te provou com argumentos emocionais que você praticamente provocou tudo ao deixar de fazer ou dizer isso e aquilo? Já teve que engolir sentimentos legítimos por não encontrar alguém “responsável e maduro” do outro lado, mas alguém insistindo em se colocar como vítima ou coitadinho ao invés de enfrentar a situação e buscar uma solução razoável?
Pois então você deve estar convivendo com uma “Vítima” ou alguém que fez esta escolha, isso mesmo, um coitadinho, alguém que demonstra medos desproporcionais quanto a admitir culpa, encarar as situações onde exista a real possibilidade de perder a razão, falta de confiança, dificuldade para caminhar de cabeça erguida, de frente, assumindo-se, inclusive suas fraquezas e falhas.
As pessoas que vivem como “vítima” demonstram uma capacidade enorme de se colocarem como “alvo de injustiça” desta forma mantêm uma ideia fixa de que a culpa é do outro. Mantendo-se na defensiva, conservando opiniões e posições imaturas e que a impedem de desenvolver-se emocionalmente e psiquicamente.
A vítima encara qualquer crítica como ataque pessoal, reage com sua posição emocional primitiva, muitas vezes de forma agressiva pois naquele momento existe uma ameaça à sua “posição” de vítima.
Nesse processo, a pessoa se sente insegura, evita correr riscos e se esconde, qualquer pequeno progresso é cobrado como uma grande conquista e deve ser reconhecido, caso contrário irá significar mais um processo de vitimização, dai aparece a tendência ao negativo, ao pessimismo, à comunicação extremista com expressões iniciadas com “nunca, sempre, toda vez, geralmente” desta forma mantêm se o outro com a culpa e a vítima em sua zona de conforto.
Quem se faz de vítima não procura ajuda, procura aliados. (Zilu Godoi) esta é uma verdade no processo de comunicação da vítima, buscar aliados, pessoas com quem possam comungar da opinião de que são realmente vítimas, o mundo está mesmo contra eles, as pessoas agem com injustiça “sempre, toda vez, geralmente” que se trata dele. E “nunca, jamais, geralmente” corrigem os erros cometidos com ele.
Outra situação daqueles que escolhem esta condição de “Vítima” é a manipulação, considerando o desgaste emocional para se lidar com alguém nessa situação, as pessoas podem abrir mão para evitar maiores embates, considerando que se cria uma desesperança de que a vítima vai ceder ou reconhecer a necessidade de mudar. Percebendo esta postura a “vítima” lança suas bombas de culpa, agressividade, pseudo injustiça e acaba atingindo o seu intento, o isolamento emocional.
Nesse caminho o amor próprio acaba se esvai e a “vítima” pode ceder a diversas situações como forma de compensação por sua baixa autoestima, sujeita-se a relações desequilibradas e muitas vezes nocivas por medo de ficar só. Muitos têm casamentos difíceis por escolhas mal feitas, podem ainda abusar do álcool, drogas e desleixo pessoal dependendo do estágio em que se encontra como vítima.
AMBIENTE FAMILIAR é um dos fatores mais importantes para nossa saúde psíquica e emocional, nele temos segurança, amor, individualidade respeitada, espaço para criar, reconhecimento e em especial diálogo. Também temos um campo de conflitos de interesses e necessidades onde aprendemos o comportamento adequado para conviver em sociedade.
Quando nos colocamos como vítima nesse ambiente, perdemos a força e os benefícios desse convívio e influenciamos para um desequilíbrio, intolerância e mágoas. Quando um membro da família se sente vítima dos demais temos um problema sério para ser resolvido e logo.
Dificilmente saberemos os limites em que as pessoas são afetadas pelos desafios da vida, o que as deprimem, o que provoca pânico, quanto a sua saúde é afetada, quanto se sentem inseguras ou perturbadas, contudo, o sentimento de ser “vítima” constante de injustiças e perseguições é uma carga de sofrimento enorme, sejam quais forem as razões desse sentimento.
A Vida não é justa, ela traz as mais diversas situações, os desafios vão nos apanhar preparados ou não, as pessoas erram, nós também erramos, somos imperfeitos e não temos o direito de exigir perfeição do outro, aqui seremos injustiçados e desrespeitados, os problemas apenas aparecerão, sejam por suas escolhas ou não, assim, colocar-se como vítima das situações, dificuldades e pessoas é uma limitação ao seu potencial emocional e racional, seu crescimento “empaca” aí.
Seu comportamento e escolhas, nessa condição, irão influenciar todas as suas decisões na vida. Aos 30 anos você pode destruir o que construiu agindo como se tivesse 10 anos emocionalmente.
Aos 40 você poderá ser considerada “infantil” ao tentar culpar alguém por um insucesso. Seus relacionamentos podem ruir por absoluta falta de desenvolvimento e maturidade. Enquanto pode, mude, cresça!
QUE TAL MUDAR?
Como tudo na vida é preciso treinar e desta forma aprender, desenvolver, adquirir habilidades emocionais, exercitamos nosso corpo e nos esquecemos de fazer o mesmo com nossa mente, nossos sentimentos e emoções.
É preciso antes de tudo, RECONHECER SEU COMPORTAMENTO E DECIDIR MUDAR; manter-se na negativa ou mesmo justificativa não vai ajudar em nada. Somente gordos emagrecem, somente alcoólatras deixa a bebida, somente fumantes deixam os cigarros, somente pessoas convencidas de que comportam-se e agem como “Vítimas podem se libertar emocionalmente desse comportamento e se tornarem protagonistas".
ALGUNS PASSOS A DAR, são dicas que pode ajudar,
1. (Novamente) Reconheça seu estado de “Vítima”;
2. (Novamente) Decida fortemente que deseja mudar; Não abra mão desse processo!
3. Fale sobre sua decisão com as pessoas que te cercam e mais sofrem com seu comportamento;
4. Desculpe-se por estar agindo desta forma e provocando sentimentos ruins nas pessoas;
5. Busque se conhecer; Pense em suas reações e atitudes diante da vida;
6. Decida confiar em si mesma;
7. Comece a expressar seus sentimentos sem vitimizar-se, apenas como se sente;
8. Pense em uma solução (se possível coletiva) para cada situação, sem se colocar como vítima;
(Participe ou invés de omitir-se no papel de vítima)
9. Fale menos; Seja objetivo quanto às decisões e propostas;
10. Seja protagonista ou parte da solução, jamais vítima;
11. Aprenda a pagar o preço, as vezes alguém paga mais caro ou realiza mais que o outro, evite competir “quem é o mais desgraçado” apenas faça sua parte, seja ela qual for;
12. Mostre-se feliz com a solução;
13. Demonstre gratidão! (vítimas são ingratas, se você não é mais vítima, seja grata);
14. Viva confiante, decida com sabedoria, ame a si mesma, seja feliz!
15. Fique perto de pessoas que sejam equilibradas, espiritualizadas, em especial que não ajam como vítimas, modele-se nelas para crescer e se conhecer melhor.
É necessário entender o quanto comportamentos autodestrutivos podem comprometer nossas vida e felicidade, a resposta para a mudança está em cada um de nós, podemos à partir de nossas decisões e percepções operar mudanças em nosso comportamento e caráter.
Por nós e pelas pessoas que amamos. Comece seu trabalho e boa sorte!
Este texto integra as Palestras
----------------------------------------------------------------------------
“As Bases para uma Vida Feliz” /
"Ambiente Pessoas e Resultados - Clima Organizacional"
Múcio Morais
(31) 99389-7951
----------------------------------------------------------------------------