APRENDIZAGEM, APRENDENDO A APRENDER - Múcio Morais

        

Todos os animais, em particular os humanos, adaptam-se a seus ambientes por meio da aprendizagem. O processo de aprender associações entre eventos é chamado condicionamento. Por meio de condicionamento clássico aprendemos a antecipar eventos importantes, como a chegada de alimento ou a dor. Por meio do condicionamento operante, aprendemos a repetir atos que trazem recompensas e a evitar atos que acarretam punição. 


Por meio da aprendizagem pela imitação, aprendemos pela experiência e o exemplo de outros. Não nascemos com um plano genético para a vida. Muito do que fazemos aprendemos pela experiência. A dádiva mais importante da natureza para nos pode ser a adaptabilidade – nossa capacidade de aprender novos comportamentos que nos permitem enfrentar as mudanças de circunstâncias. 

Nenhum tópico é mais próximo da essência da psicologia do que a APRENDIZAGEM, uma mudança relativamente permanente no comportamento de um organismo em decorrência de experiência. A experiência é a chave para a aprendizagem. CONDICIONAMENTO – é o processo de aprender associações. CONDICIONAMENTO CLÁSSICO – neste tipo de condicionamento aprendemos a associar dois estímulos. Aprendemos que o clarão de um relâmpago avisa do iminente estrondo de um trovão, e começamos a nos preparar quando o clarão surge próximo. 

CONDICIONAMENTO OPERANTE – aprendemos a associar uma reação e sua consequência. Aprendemos que apertar o botão de uma máquina de venda automática se relaciona à entrega de uma barra de chocolate. Também nos humanos, objetos, cheiros e situações associadas ao prazer sexual se tornam estímulos condicionados para a excitação sexual. O psicólogo Michael Tirrell (1990) citado por Myers (2002) recorda: “Minha primeira namorada adorava cebolas. Por isso, passei a associar o bafo de cebola a beijo. Não demorou muito para que o simples cheiro de cebola fizesse uma corrente subir e descer por minha espinha. Ah, que sensação!”. 1º. Beijo ardente (estímulo incondicionado) -à excitação sexual (resposta incondicionada) 2º. Hálito de cebola (estímulo condicionado) + beijo ardente (estímulo incondicionado) -> excitação sexual (resposta incondicionada). 3º. Hálito de cebola (estímulo condicionado) -> Excitação sexual (Resposta condicionada) 

EXTINÇÃO E RECUPERAÇÃO Após romper o namoro, com a moça que tinha hálito de cebola, Tirrell também fez experimento com a extinção e recuperação espontânea. Recorda que o “hálito de cebola (Estímulo Condicionado), não mais associado ao beijo (Estímulo incondicionado), perdeu a capacidade de provocar a sensação. Ocasionalmente, porém, após passar bastante tempo sem sentir o cheiro, o aroma de cebola desperta uma pequena versão da reação emocional que outrora experimentava. Sem o estímulo a resposta vai enfraquecendo, a reação decresce. GENERALIZAÇÃO Tendência a reagir a estímulos similares ao Estímulo Condicionado. A generalização pode ser adaptativa, como ocorre quando crianças pequenas ensinadas a ter medo de carros em movimentos na rua reagem da mesma forma a caminhões e motocicletas ou quando uma criança é mordida por um cachorro pode passar a ter medo de qualquer cachorro. 

DISCRIMINAÇÃO Habilidade aprendida de distinguir entre um estímulo condicionado e outros estímulos. Confrontado com um pit bull, seu coração pode disparar; confrontado com um poodle, não dispara. O otimismo dos behavioristas de que os princípios da aprendizagem podiam se generalizar de uma reação para outra e de uma espécie para outra foi moderado. Hoje, sabemos que os princípios do condicionamento têm uma influência cognitiva e são passíveis de restrições biológicas.

CONDICIONAMENTO OPERANTE Trata-se de associação de comportamentos com suas consequências. Assim, torna-se provável que repitam comportamentos recompensados (reforçados), e menos provável que repitam comportamentos punidos. O condicionamento operante envolve o comportamento operante, assim chamado porque o ato opera no ambiente para produzir estímulos de recompensa ou punição. 

Punição é o oposto do reforço. O reforço aumenta um comportamento, a punição diminui REFORÇO É qualquer consequência que fortaleça o comportamento. Reforço parcial – as reações são às vezes reforçadas, às vezes não. A aprendizagem é geralmente mais lenta com o reforço parcial, produz maior persistência, maior resistência à extinção, por exemplo: caça-níqueis. Programações de ritmo fixo – reforçam o comportamento de um determinado número de repostas. Exemplo: pessoas remuneradas por produção. Programação de ritmo variável - oferecem reforços depois de uma quantidade imprevisível de respostas. Exemplo: jogadores e pescadores. Programação de intervalos fixos – reforçam a primeira resposta após intervalos de tempos variáveis. 

Exemplo: telefone ocupado. APLICAÇÕES DO COMPORTAMENTO OPERANTE NA ESCOLA: reforço positivo – instrução conforme o nível de cada um (Internet, computador). NO ESPORTE: o segredo é moldar o comportamento, primeiro moldando reforçando os pequenos sucessos, para depois aumentar pouco a pouco o desafio. 

NO TRABALHO: reforços influenciam a produtividade, gera recompensa para todos, motivação, moral e espírito de equipe. 

EM CASA: com os filhos – deem atenção e outros reforços às crianças quando estiverem se comportando bem, determinem um comportamento específico, recompensem-no e observem seu crescimento; ignorem as manhãs (se a manha atraiu atenção no passado, pode temporariamente aumentar quando ignorada); ao longo do tempo, se não for reforçada, a manha vai diminuir; quando as crianças se comportarem mal ou assumirem uma atitude de desafio, não gritem nem batam, apenas expliquem o mau comportamento e deem um “tempo fora”... afastem-nas do ambiente de reforço por um prazo específico. Podemos utilizar o comportamento operante em nós mesmos, reforçando nossos comportamentos mais desejáveis e extinguindo os indesejáveis. 

APRENDIZAGEM POR IMITAÇÃO ou OBSERVAÇÃO Observamos e imitamos os comportamentos de outros Modelação – processo de observar e imitar um comportamento específico. Os pais são modelos poderosos. Os modelos são mais eficazes quando suas ações e palavras são mais coerentes. Às vezes, no entanto, os modelos dizem uma coisa e fazem outra. 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS MYERS, David. Introdução à Psicologia Geral. Rio de Janeiro: LTC – 1999. MORAIS, Múcio, Pressupostos básicos da neurolinguística. Rio de Janeiro: EPF – 2003.. 

Múcio Morais é Palestrante Motivacional, especialista em Programação Neurolinguística. Esta é uma síntese da PALESTRA: APRENDENDO A APRENDER, realizada em capacitações e workshops para professores; | fone/zap 31 99389-7951 / MUCIOMORAIS@GMAIL.COM

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