Cada vez mais os jovens se firmam como público consumidor alvo de várias empresas e instituições financeiras. Se, de um lado, seus hábitos de consumo representam um filão excelente para as empresas interessadas em vender desde celulares até cartão de crédito, por outro podem acabar destruindo as finanças da família.
Estudos revelam que os jovens estão influenciando não apenas o número de transações com cartão de crédito, como o valor das transações.
O segmento estaria, assim, consolidando-se como público-alvo das operadoras de cartão de crédito no País. Mas será que estes jovens estão preparados para o "bombardeio de ofertas" a que estarão sujeitos?
A resposta, em grande parte, depende do papel que os pais têm na educação financeira destes jovens. E é aqui que surge o problema: muitas famílias ainda consideram tabu discutir sobre dinheiro.
Quanto antes melhor!
Para muitos chefes de família, exigir maior controle de gastos dos filhos é sinônimo de fracasso pessoal, pois significa assumir que não têm como arcar com todos os sonhos do filho. Mas não precisa ser assim!
O ideal é que o processo de educação do jovem não comece quando a família está passando por dificuldades financeiras, mas seja fruto de hábitos consolidados ao longo do tempo. É como diz o ditado: é de pequeno que se aprende!
Mesmo que você tenha como arcar com os excessos do seu filho (a), é importante que procure orientá-lo o quanto antes possível! Considere esta conversa como sendo um investimento que você está fazendo para o seu filho, semelhante ao que faz todos os meses ao pagar a escola, o curso de inglês etc. E, como se trata de um investimento, quanto antes você começar, melhor!
Ao ensinar o seu filho (a) a tomar decisões corretas quanto ao uso do dinheiro, você contribui não só para a saúde financeira da família, como também para a dele no futuro.
Entendendo as causas
Muitas vezes o descontrole financeiro do jovem é fruto de falta de informação ou de decisões impulsivas, e não necessariamente resulta de hábitos já formados.
Daí a importância de se agir logo: procure entender o que está levando o seu filho (a) ao descontrole financeiro.
Em uma conversa franca, procure fazê-lo refletir sobre o que o leva a gastar. Ele está gastando porque segue hábitos de colegas? Está usando o consumo como forma de compensação emocional? Ou simplesmente gasta porque não vê problemas nisso? Estamos falando de um problema de comportamento ou de uma situação temporária?
O entendimento das causas que levam ao consumo é o primeiro passo na resolução do problema. Se um jovem está gastando demais porque compensa sua ansiedade com consumo é preciso ajudá-lo a gerenciar esta ansiedade de outra forma, caso contrário, as chances do problema voltar são grandes.
Traduzindo os números
Comece com um exercício bastante simples. Pergunte ao seu filho o quanto ele acha que "custa para a família" todos os meses.
Aqui é de fundamental importância que, como pai, você dê o exemplo, ou seja, mantenha algum tipo de controle dos gastos. Compare aquilo que ele acredita gastar por mês, com aquilo que efetivamente gasta!
Através de números mostre para o seu filho (a) onde ele está gastando o seu dinheiro, e quanto isso "custa" para a família, em termos de comprometimento do orçamento, por exemplo. Se você não se sente confortável em discutir o orçamento da família, ou seja, qual a renda mensal, pode traduzir estes gastos em números com os quais o jovem se identifique.
Por exemplo, imagine que, em um mês, o jovem gaste com consumo, o que exclui escola, algo como R$ 500, ou seja, o equivalente a cerca de 30 entradas de cinema!
Os pais também podem traduzir o esforço de poupança em termos de objetivos que podem ser alcançados.
Assim, por exemplo, você pode mostrar ao seu filho de 14 anos que quando ele chegar aos 18 anos poderá ter acumulado pouco mais de R$ 11 mil, suficiente para dar de entrada em um carro usado, desde que consiga poupar ou cortar gastos mensais de R$ 200.
Equilibrando o orçamento
Uma forma de dar mais responsabilidade ao jovem é estipular uma meta de gasto mensal condizente com o orçamento da família.
Porém, caso o orçamento familiar não permita estipular nenhuma meta de gasto para o jovem, então ele deve ser instruído a identificar formas de cortar gastos do orçamento (ex. cortar TV a cabo), ou procurar formas para obter uma renda própria (ex. dar aula para amigos etc.).
Mas, assumindo que haja espaço para definir esta meta de gasto mensal, que seria equivalente à mesada, então pais e filho devem acordar quais gastos ficarão a cargo dos pais (ex. escola, alimentação, etc.) e quais ficarão a cargo do jovem (ex. celular, lazer, etc.).
Caberá ao jovem e não aos pais fazer este orçamento equilibrar. Já os pais devem estar preparados para negar possíveis "empréstimos" que o filho venha a fazer caso o dinheiro acabe antes do final do mês.
Investindo na relação
Além de ensinar ao jovem o "valor do dinheiro", os pais também devem educá-los de forma a que saibam consumir produtos financeiros.
E, para isso, nada melhor do que expor os jovens a estes produtos. Por que não começar abrindo uma conta corrente, ou até mesmo dando acesso a um cartão de crédito pré-pago, no qual o limite de gasto é estabelecido por você?
É provável que, mesmo sob controle, o jovem cometa erros, mas isso faz parte do aprendizado. A vantagem aqui é que, como ainda depende de você, as chances do jovem perder o controle são menores do que se ele for exposto a este tipo de situação na faculdade, quando estiver morando em outra cidade.
Mas, é importante desde cedo ensinar o jovem a ter uma relação saudável com o dinheiro. Para isso, nada melhor do que definir algumas regras e limites no consumo de crédito:
Gaste só aquilo que pode pagar em dinheiro, ou seja, não inclua o limite de crédito nesta conta!
Analise cada compra como se fosse um empréstimo.
Pergunte a ele se pediria dinheiro emprestado e pagaria juros para comprar um novo par de tênis;
Pague integralmente a fatura do cartão, isso não deve ser um problema ,se só comprar aquilo que pode pagar em dinheiro;
Ensine-o a analisar e entender as informações disponíveis os extratos bancários e da operadora de cartão. Além de permitir identificar erros ou cobranças indevidas, o procedimento ajuda a mantê-lo informado sobre a sua situação financeira.
Por mais que você se sinta desanimado em investir tanto tempo na educação financeira dos seus filhos, reflita sobre os benefícios que isso pode trazer.
Ao contrário do que muitos imaginam, a forma como as pessoas se relacionam com o dinheiro, e tomam decisões sobre o que acumulam ao longo da vida, é a principal diferença entre os bem-sucedidos na vida e aqueles que enfrentam dificuldades financeiras.
Sucesso a todos!
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